A Covid-19 e o cérebro

Confira o editorial desta segunda (19)

[A Covid-19 e o cérebro]

FOTO: Reprodução

Dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia pelo novo coronavírus, em março de 2020, um estudo com pacientes na Itália já relatava a perda do olfato e do paladar como um dos sintomas da Covid-19. Em abril do mesmo ano, foi publicado o primeiro estudo sobre o impacto neurológico da doença, com centenas de pessoas.

Desde então, investigações sobre as consequências da Covid-19 no cérebro têm sido realizadas, abordando desde os efeitos observados na fase aguda até as possíveis sequelas neurológicas – relatadas por cerca de 30% dos pacientes que se recuperaram.

Na análise do diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo), apesar da Covid-19 ser uma infecção viral do trato respiratório, é uma doença que afeta também o cérebro.

Mas alguns aspectos da doença ainda permanecem obscuros. O impacto no cérebro não está completamente entendido. Por isso ainda é relevante a persistência na troca de conhecimento e de experiências entre pesquisadores de todo o mundo.

Um destes novos estudos, que podem desbravar curas – por que não? – vem da Universidade de Medicina de Berlim (Alemanha). Demonstrou que o novo coronavírus utiliza a mucosa olfatória como porta de entrada para o cérebro.

Como percebeu a pesquisadora Helena Radbruch, isso se dá devido à proximidade anatômica entre as células da mucosa, os vasos sanguíneos e as células nervosas na área. Uma vez instalado na mucosa olfatória, o vírus parece usar conexões neuroanatômicas, como o nervo olfatório, para chegar até o cérebro.

A equipe de Radbruch acompanhou outros 180 pacientes desde a fase aguda da doença até meses após a recuperação. A boa notícia, sobretudo para quem teve Covid-19, ela ressalta, é que o vírus não permanece por muito tempo no cérebro. Verificou-se que somente em alguns pacientes o SARS-CoV-2 atinge esse órgão e, três semanas após a fase aguda, ele já não está mais lá.


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