Em meio a pandemia, fila por transplantes de órgãos no Brasil sobe 30%

Mais de 46 mil pessoas aguardam um transplante, afirma o Ministério da Saúde

[Em meio a pandemia, fila por transplantes de órgãos no Brasil sobe 30% ]

FOTO: Reprodução/USP

Com cirurgias em ritmo lento e maiores impeditivos para doação de órgãos, as filas por um transplantes aumentaram em 30% durante a pandemia do coronavírus. No mês passado, cerca de 46 mil pacientes aguardavam na fila de espera, de acordo com o Ministério da Saúde. No mesmo mês do ano passado, eram mais de 35 mil.

O presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), Huygens Garcia, acredita que a subnotificação e a dificuldade na realização de viagens durante a pandemia para a realização de cirurgias tenham contribuído para o aumento da fila e o avanço lento dos transplantes. 

"Foram realizados apenas os transplantes de urgência. Então isso fez com que aumentasse a fila. Porque muitos Estados que não fazem transplantes no Brasil, os pacientes são direcionados aos Estados com potencial de fazer transplante. E isso não aconteceu na pandemia por redução da malha aérea, dificuldade de viajar. Então, provavelmente esse número é até subestimado, de 40 mil", ressaltou.

No primeiro semestre deste ano, houve uma queda de 6,5% no número de doadores efetivos de órgãos, em comparação com o mesmo período de 2019. O médico infectologista e diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, destacou que a recomendação é não utilizar órgãos de pessoas que morreram com suspeita ou confirmação de Covid-19. 

"Está em vigência da doença, ou teste positivo, ou uma doença respiratória grave, que você ainda não definiu qual é o diagnóstico, esse não deve ser um doador potencial. Não utilizar esse órgãos de doadores já falecidos né. No caso de você ter um doador que é um contato de um caso confirmado, você pode considerar o uso dependendo da urgência, do risco e do benefício para esse indivíduo que vai receber", disse Kfouri. 


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