Emissões de gases e seca

Confira o editorial desta segunda (12)

[Emissões de gases e seca]

FOTO: Divulgação

Se as emissões de gases de efeito estufa (GEE) continuarem no patamar atual, a temperatura média na América do Sul pode subir até 4 ºC até o fim do século, em um cenário mais pessimista, tornando os eventos climáticos extremos – como secas, inundações e incêndios florestais – mais frequentes e intensos na região.

As projeções foram feitas no âmbito de um estudo internacional, com a participação de pesquisadores brasileiros.

Em recente entrevista à Agência Fapesp, um coautor do artigo, Lincoln Muniz Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), alerta que a América do Sul e, em particular, o Brasil já mostram sinais das mudanças climáticas, incluindo o aumento das temperaturas da superfície, mudanças nos padrões de precipitação, derretimento das geleiras andinas e elevação no número e intensidade de extremos climáticos. 

Essas variações nas características climáticas,  ele aponta, são precursoras do que pode estar por vir nas próximas décadas se a escalada sem precedentes nas emissões de gases de efeito estufa continuar.

Para fazer as projeções, os pesquisadores analisaram o desempenho de 38 modelos climáticos globais em relação à sua capacidade de simular as observações históricas no período de 1995 a 2014 e as mudanças projetadas de temperatura e precipitação na América do Sul em meados e no final do século 21 – entre 2040 e 2059 e entre 2080 e 2099 – de acordo com diferentes cenários de concentrações de GEE, que incluem mudanças de uso da terra e decisões políticas.

As projeções escancaram, segundo a pesquisa, que alguns locais experimentarão, sim, mais seca. As projeções apontaram, contudo, que pode ocorrer um aumento na sazonalidade e na distribuição de chuvas durante os anos, causado pela diminuição da contribuição dos totais mensais para a média anual de precipitação na região.

As projeções indicam que a contribuição relativa dos totais mensais acumulados para a média anual de chuvas na região está diminuindo significativamente em alguns meses. Se antes chovia dez milímetros em um determinado mês, esse número caiu pela metade, exemplificou Alves.

Isso tem impactos nos setores agrícola e de geração de energia, por exemplo, que fazem seus planejamentos com base nos volumes de chuvas.


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