Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmaram nesta quarta-feira (29), que o novo coronavírus é capaz de infectar neurônios humanos. Com isso, o próximo passo dos  pesquisadores é investigar de que modo o funcionamento dessas células nervosas é alterado pela infecção. O projeto tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O resultado foi obtido por meio de experimentos in vitro, ou seja em cultura de células, pela técnica de PCR em tempo real, a mesma usada no diagnóstico da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em laboratórios de referência. De acordo com o professor do Instituto de Biologia, Daniel Martins-de-Souza, coordenador da pesquisa, a partir desse primeiro resultado, o grupo vai comparar as proteínas e metabólitos das culturas celulares antes e depois da infecção pelo novo coronavírus. A partir disso, será possível observar como o padrão das moléculas muda e então tentar explicar como o vírus age no sistema nervoso central.

O pesquisador fala também que é cedo para conclusões clínicas, mas afirma que a infecção dos neurônios pelo vírus traz a possibilidade de mais riscos aos pacientes. “A gente começou a observar na literatura a aparição de sintomas neurológicos em pacientes. Mas, antes disso até, um dos primeiros sintomas que aparecem em pessoas acometidas pelo coronavírus é a perda de olfato, anosmia , que é algo mediado pelo sistema nervoso”, disse.