Astrônomos aproveitaram os recursos do telescópio espacial Gaia para identificar duas antigas correntes de estrelas na Via Láctea, conhecidas como Shakti e Shiva, que desempenharam um papel crucial na formação e evolução de nossa galáxia há mais de 12 bilhões de anos. 

As correntes estelares, nomeadas em homenagem a divindades hindus, são remanescentes de duas galáxias que se fundiram com a Via Láctea primordial entre 12 e 13 bilhões de anos atrás, durante os estágios iniciais da formação galáctica no universo. Essas estruturas antigas pré-datam até mesmo os componentes mais antigos e icônicos dos braços espirais e do disco central da Via Láctea.

Detalhes das observações foram publicados na quinta-feira (21) no The Astrophysical Journal.

A Dra. Khyati Malhan, bolsista de pós-doutorado e Humboldt Research Fellow na Universidade de Estocolmo, na Suécia, enfatizou a importância dessas descobertas, ressaltando que as informações coletadas pelo Gaia permitiram a detecção dessas estruturas antigas, apesar das mudanças significativas que a Via Láctea experimentou ao longo de sua história.

As correntes estelares Shakti e Shiva oferecem aos astrônomos uma janela única para os estágios primordiais do desenvolvimento da Via Láctea e a evolução subsequente de galáxias massivas em todo o cosmos.

O telescópio espacial Gaia, lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA) em 2013, tem sido uma ferramenta essencial para estudar a história e a estrutura da Via Láctea. Suas observações precisas forneceram aos astrônomos informações detalhadas sobre as posições, distâncias e movimentos de quase 2 bilhões de estrelas dentro da galáxia.

O estudo dessas antigas correntes estelares representa um passo significativo na compreensão dos primeiros estágios de crescimento da Via Láctea e sua evolução ao longo do tempo cósmico. A detecção de Shakti e Shiva permite aos cientistas rastrear os primeiros passos do desenvolvimento da nossa galáxia em direção ao seu estado atual.

Com base nessas descobertas, os astrônomos estão ansiosos para desvendar mais segredos sobre a evolução galáctica, aproveitando os dados detalhados fornecidos pelo telescópio espacial Gaia.