Marcelo Cordeiro

A diferença entre bazófias e bravatas é que as primeiras  são contos do  vigário e as  segundas são  aleivosias de  um  fanfarrão. Vivemos num país de bazofias e bravatas, interpretadas justamente por quem deveria conter-se nos limites da credibilidade e da prudência.

Não raro, assistimos o Presidente do Brasil, Lula da Silva, escorregar na verborreia do seu discurso, sempre acompanhado das frivolidades da primeira dama, principalmente em seu deslumbrante e dispendioso périplo pelo  mundo.

Se há algo de que uma nação carece é a confiança nas  palavras do seu maior condutor, a confiabilidade que elas transmitem, ora como  exemplos, ora como destino a ser percorrido. Imaginem que os ingleses não dessem bolas para as  orientações de Churchill, o líder  inconteste  da  nação  inglesa, quando as bombas sanguinárias de Hitler despejassem a morte e  o terror nas  cálidas  noites de  Londres!

Ainda bem que Lula da  Silva não  precisa sossegar a nação brasileira face as bombas alemães, embora todos esperam dele um gesto mais contundente e solidário perante   catástrofes naturais, tal como esta que devasta o Rio  Grande do  Sul, ao  invés  da  dancinha encenada por  sua  doce acompanhante!

Não faz muito tempo, Lula da Silva comparou o agressor com o agredido e, ainda de quebra, sugeriu que a combalida, porém resistente, Ucrânia, cedesse ao urso expansionista siberiano, o território  soberano da Criméia. Essa bazófia fora sugerida em nome da paz, a qual se arvorou, em mais uma  de  suas bravatas, a arauto e  astuto condutor, que numa mesa  de  bar,  entre uma cerveja e outra, faria  florescer a concórdia e a paz entre os inimigos  mortais. O espetáculo de ignorância e estupidez terminou sepultando na vala comum dos brutos o pacificador envergonhado e mudo.

Agora vem ele com outra astúcia. Desta vez para por mais uma pitada na receita autoritária da democracia relativa, metendo o bedelho em coisa de que sua autoridade presidencial não alcança.  Queria tornar secreto o voto dos ministros do Supremo Tribunal Federal -STF- fazendo desse Poder sem voto uma Caixa de Pandora! Ainda bem que  ninguém lhe deu atenção...

A audácia de Lula não tem limites, todavia. Não importa  para o  apedeuta mor que a Constituição da  nossa República inclua, como uma norma pétrea, obedecer aos tribunais internacionais.

O Brasil é signatário do Estatuto de Roma que  criou o Tribunal Penal Internacional, conhecido como Tribunal de Haia que  expediu um mandato de prisão para Putin por  crimes  de  guerra por  ele cometidos no  atual conflito  com a Ucrânia.

As palavras do incauto Presidente do Brasil são risiveis, além de uma bravata pueril: "Se eu for presidente do Brasil, e se ele (Putin) vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil"

Seria demasiado dizer que  tal  bravata, uma  valentia  para  indiano ver -uma  vez que  a  bravata foi  emitida durante a  recente  visita de  Lula à Índia – implica em frontal contestação da Constituição brasileiro, tornando o apressado presidente brasileiro susceptível de impeachment, a menos, como certamente  o  fará, que profira outra  envergonhada  retratação!

Após sua breve visita ao Brasil, em poucos dias Lula da Silva vai a Cuba e depois aos Estados Unidos participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde certamente defenderá sua proposta de substituir o dólar como moeda internacional de troca e passar a realizar o comércio do Brasil com outras nações com moedas locais. Doravante, a vigorar a inovadora ideia do economista ilustrado, que já colocou  na  fogueira os imprestáveis livros de  ciência econômica, nosso país receberá em  pesos  argentinos o  que vender àquele país, cuja  economia se encontra  engolfada em tormentosa crise.

Com os pesos argentinos, ou moedas como as que  vigoram em Cuba ou  Venezuela em suas  reservas cambiais, o Brasil passará a  negociar com  outros países com essas  valorosas divisas. Talvez seja finalmente, o caminho mais rápido para  a nossa economia encontrar o porto  seguro  da  prosperidade! 

Aos poucos, com fé em Deus e nos orixás da Bahia, o nosso apedeuta sucumbirá no silêncio mortuário, que essa brilhante ideia despertou nos próprios brasileiros e no resto do mundo.

Há muitas outras perolas com que Lula enriqueceu o anedotário popular, incontáveis, mas a narrativa venezuelana é a que ornará com a  esmeralda  mais vistosa a  coroa do nosso  reizinho.

Diante de um atento  Nicolas Maduro, cheio de  esperanças nos abalizados  ensinamentos do seu  líder, Lula pareceu um morubixaba com suas  feitiçarias, passando a lição ao  chefe dos traficantes venezuelanos.

Ensinou os malabarismos da democracia relativa, o beabá da mentira, das  brutalidades e da sordidez. Mostrou ao  monstro e  cruel assassino com quantos  paus  de  faz uma  canoa, ou melhor uma narrativa!!! 


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Pobre diabo

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