José Medrado

Naturalmente, que todos souberam sobre os comentários do deputado Arthur do Val, de São Paulo a respeito das refugiadas ucranianas, inclusive as agências de notícias internacionais. Imprensa do Reino Unido, França e da Suíça, além da latino-americana noticiaram o conteúdo dos áudios. O inglês The Guardian, em sua edição on-line   repercutiu as falas de Arthur do Val afirmando a indignação causada com os comentários, não apenas sexistas, mas entendo de conteúdo degradante e aliciador, em relação a mulheres ucranianas que, possivelmente, cheias de medo e fugindo de sua nação invadida, foram observadas não pela ótica humanitária, mas sim pelos vieses que o senhor deputado priorizou em sua indigna fala, inclusive a de que "'Elas são fáceis porque são pobres'.

Curioso é que este senhor se coloca como político de direita, que a priori se diz conservador. Efetivamente, haja vista que os seus comentários evidenciam um machismo estrutural de forma clara e evidente, onde a mulher é vista como mercadoria, ou “algo” consumível pelo valor do dinheiro. A viagem do parlamentar neste momento de guerra gerou um resumo do seu conteúdo de valor:  "Nunca viu nada parecido em termos de 'mina' bonita". O deputado conhecido como Mamãe falei fez objetificação  de sofridas mulheres refugiadas, mas nem todo mundo achou nada demais, vê-se em comentários em redes sociais  que ele apenas só constatou o que viu. Evidenciam a similitude conceitual com o seu simpatizado político. 

Apenas lembrando: o machismo é uma forma de sexismo, ou seja: uma atitude de descriminação baseada no sexo biológico ou no gênero de uma pessoa. Assim, o sexismo, a princípio, está envolvido e oprime a qualquer gênero e ou sexo, mas não há registro sociais de opressão do gênero masculino. 

A diferença, no entanto, entre machismo e misoginia é muito tênue, uma vez que esta última guarda um sentimento de ódio e ou desprezo à mulher, existindo conteúdo de repulsa e aversão  por meio de diferentes formas de violência contra as mulheres, como o assédio (moral, verbal e sexual), a violência sexual e doméstica e o feminicídio. 
 


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