José Medrado

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A atriz Fernanda Montenegro, de 94 anos, entrou com uma ação na Justiça para voltar a receber os benefícios da sua aposentadoria e da pensão por morte de seu marido não pagos do INSS. A atriz alegou o não recebimento de mais de R$ 334 mil durante quase três anos. Segundo a informações de sites de notícias, a partir de agosto de 2019, o INSS deixou de depositar corretamente os benefícios da consagrada atriz, algo que perdurou até março de 2022. Durante a pandemia, a atriz teve dificuldade para realizar a prova de vida cobrada pelo instituto, algo que a fez ter os direitos "cessados". A questão, ao meu entender, não se trata de ser famosa ou não, mas de uma lógica complicada que existe no Brasil: desconsiderar qualquer inadequação, por achar que há fraude. Efetivamente, o Brasil é um infeliz campeão mundial em fraudes em diversas áreas. Razão de todos os cuidados que vemos nos órgãos Públicos, todavia não podemos fazer com que as vítimas sofram as consequências.

Faz pouco, uma amiga minha, que fez uma viagem para Europa, recebeu uma conta imensa em compra on-line, ela – imagine – ficou com o ônus de provar que não fez a compra, uma inversão do banco. Precisou entrar na justiça. Ou seja, o brasileiro será sempre culpado e precisará provar que é inocente, como se não bastasse que a nossa imagem é totalmente deteriorada em cada posto de imigração que passamos no exterior, não difícil com desconfiança dos agentes estrangeiros, quando não nos enchem de perguntas sobre tempo, hotel, passagem de volta. Não se trata apenas de suposta imigração ilegal...é fama mesmo de meliante, de um modo geral.

O caso de Fernanda Montenegro põe em evidência uma grande falta de interesse aos processos que tramitam, em benefício de algum brasileiro/a. Naturalmente, Fernanda não passou, nem passa por dificuldades, mas os que são alijados em seus direitos e sequer têm como recorrer, porquanto estão, inclusive, passando até dificuldades de sobrevivência, sem que haja uma interveniência solidária. Minha mãe dizia que brasileiro paga 20, para o adiante não ganhar 10. Penso que tais questões passam também por aí. Não vamos demorar muito e ver nas redes sociais as pessoas bradando que ela não precisa, que é um absurdo...esquecendo que lei existe para ser cumprida, não importando quem a pleiteia. De outra parte, também, quem

deve...mas não é assim que a banda toca por estas plagas, sabemos disto. O brasileiro, por outro lado, precisa firmar o seu valor cidadão e não, simplesmente, agir como se fosse favor a ser feito, diante dos direitos estabelecidos 
 


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