José Medrado

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A Polícia Civil do estado de São Paulo está revoltada com o descaso que o aplicativo de mensagens Telegram está tratando as ações de combate à pedofilia que a força está empreendendo. O chefe de investigação da 4ª. Delegacia de Combate à Pedofilia, Alexandre Scaramella, afirma que o aplicativo se tornou “terra de ninguém”, onde abertamente se negocia pacote de fotos e vídeos envolvendo crianças e adolescentes em situação de abuso sexual. Diferentemente, do WhatsApp, no Telegram não é possível visualizar o número de telefone de desconhecidos, o que dificulta a identificação das pessoas, principalmente nos grupos onde centenas de usuários se concentram para trocar mensagens. A Polícia busca o aplicativo e não tem encontrado colaboração satisfatória, denuncia o delegado Scaramella. 

O mercado de pornografia infantil só cresce, e por esses grupos do Telegram os criminosos comercializam suas torpezas com preços que variam entre quatro e quinhentos reais, divulga o site Metrópoles.  Odiosamente tudo de forma aberta, disponível para qualquer usuário. Nesses grupos, vejam o horror, o administrador para o ingresso de algum novo bandido-membro pede uma espécie de prova de interesse real, pedindo material do mesmo teor criminoso. Não estou falando a deep web, submundo virtual, onde o anonimato faz desta zona o paraíso dos crimes. Não. Falo da internet a descoberto, que todos usamos.

Adquirir, vender, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente é crime previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena vai de quatro a oito anos de prisão. Todavia, um crime tão praticado, mas não vemos a justiça alcançando esses monstros, muito pelo contrário, o que se nota é um estímulo pela impunidade. 

No submundo da pedofilia há três tipos de criminosos identificados pela polícia: o criminoso abusador, que registra os crimes em fotos e vídeos e os compartilha, muitas vezes gratuitamente; o traficante que comercializa material produzido pelos abusadores e o pedófilo passivo, aquele que compra o material e armazena em seu computador para satisfação de suas torpezas. 

‘O Telegram afirmou, em nota enviada ao site Metrópoles, que compartilha dados com a polícia desde que haja uma ordem judicial com “informações cruciais”.

Toda vez que leio pais se queixando de influencers que andam em supermercados com minúsculos shorts, como atentando às famílias e crianças que estão ali, lembro-me que eles precisam ser vigilantes com a exposição dos seus filhos e filhas, em redes sociais, pois esta escumalha não está para brincadeira. O moralismo piegas desfocado busca as firulas ideológicas e ou religiosas, não se dando conta de que os crimes podem estar acontecendo dentro de suas casas. Fiquemos vigilantes e denunciemos. As autoridades pedem que se denunciem, mesmo que seja apenas uma suspeita, pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos). 


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