A rejeição crescente do presidente Boric no Chile

Confira o editorial desta quarta-feira (27)

[A rejeição crescente do presidente Boric no Chile]

FOTO: Divulgação

A iminente crise econômica que bate às portas do Chile já impacta com preocupação o recém-inaugurado governo do presidente Gabriel Boric, há apenas seis semanas na cadeira principal do histórico Palácio da Moeda (sede do governo na capital Santiago). 

Em uma pesquisa divulgada poucos dias atrás, o ex-líder estudantil e tido o novo rosto da esquerda latino-americana cresce apenas no quesito rejeição – subiu mais de 30 pontos percentuais, um índice alarmante, sem dúvida. 

A desaprovação de Boric está em 50%, e mais cidadãos votariam para rejeitar a nova Constituição que está sendo redigida do que aprová-la.

Ao que parece, o discurso de Boric em prosperar o Chile, distante da política neoliberal, não saiu do lugar. 

Vale lembrar que ele foi eleito como uma resposta de ao menos três anos de protestos nas ruas (principalmente na emblemática Plaza Itália, que foi informalmente renomeada por muitos dos seus eleitores como Plaza de la Dignidad) por um país andino que pudesse diminuir o abismo social e eliminar de vez resquícios – na política e na economia – da ditatura de Augusto Pinochet.

Pelo contrário, o Chile, principalmente as cidades maiores e mais populosas, enfrentam algo quase que inédito na história contemporânea do país: aumento da criminalidade. É reflexo de uma economia cambaleante, inflação e custo de vida alto. 

O governo, desta forma, não avança e não aponta saídas para resolver tais problemas. Por outro lado, são apenas seis semanas que Boric assumiu o Executivo e, como se sabe, inclusive se rememorarmos os primeiros tempos de Bolsonaro à frente do Brasil, é preciso ter paciência e dar tempo para o novo mandatário colocar ordem na casa. 

Mesmo assim, as críticas atordoam Boric tanto da esquerda como da direita. Na esquerda, fala-se que o presidente não leva a sério o fim do neoliberalismo. Pela direita, Boric é inexperiente e não deve menosprezar os mercados de capitais e investidores estrangeiros.


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