Aliadas do ensino, ferramentas digitais têm sido imprescindíveis na educação remota

Educador do Grupo Perfil, primeira escola referência Google na Bahia, fala sobre a importância da tecnologia na educação

[Aliadas do ensino, ferramentas digitais têm sido imprescindíveis na educação remota]

FOTO: Getty Images

A necessidade do uso da tecnologia na educação para manutenção das atividades escolares durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, é um dos maiores legados deste momento, pois é uma mudança que veio para ficar e transformar o método tradicional de ensino.

Apesar dos desafios, é inegável que as ferramentas digitais se tornaram aliadas da educação e têm sido fundamentais no ensino remoto. Embora toda essa adaptação aos meios digitais seja novidade para a maioria das instituições de ensino no Brasil, o Grupo Perfil na Bahia já realiza aulas em plataformas digitais há cerca de quatro anos e o isolamento social foi apenas um momento de aprimorar o que já era uma realidade. Instalado em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, o Grupo Perfil é a primeira escola referência Google no estado, fruto do uso constante de recursos tecnológicos em práticas pedagógicas.

Com o objetivo de fomentar como a tecnologia e as novas metodologias de ensino têm salvado o sistema educacional nesse período de pandemia, o Farol da Bahia conversou com o professor e coordenador do núcleo de tecnologia e inovação do Grupo Perfil, Bruno Abdon. Ele disse que, atualmente, o uso de novas metodologias para sala de aula é ainda mais importante do que somente o uso da tecnologia no ensino.

“No momento em que a gente faz o uso de uma metodologia que coloca o aluno no centro das atenções e até mesmo no centro do processo isso, sem dúvida,  se torna melhor para o estudante. A tecnologia vem para facilitar e ajudar o professor a coletar os dados dessas metodologias usadas com o objetivo de verificar a eficácia do processo de aprendizagem. As plataformas digitais permitem que os alunos desenvolvam, primeiramente, a autonomia do processo e habilidades colaborativas”, disse.

“O uso das plataformas de gamificação, por exemplo, permite um maior engajamento com os alunos. Além disso, também permite que, no final da aula, o professor colete os dados sobre a aprendizagem. Eu falo isso para deixar claro que não é somente o uso da tecnologia que garante a aprendizagem do aluno nesse momento de aulas remotas. É importante que o foco seja na aprendizagem. Eu como professor posso dar uma aula e dizer que ensinei, mas será que o aluno aprendeu? Então, o foco sempre tem que ser mudado para o processo de aprendizagem e as plataformas digitais permitem de uma maneira muito fácil coletar esses dados sobre o aprendizado. Eu acho que o ponto está nesse sentido… A gente precisa focar na aprendizagem usando as novas metodologias ativas. No final da aula, o profissional da educação precisa saber se os resultados esperados  foram alcançados e se, nesse caso, a resposta for não é necessário retomar esse processo”, completou.

Apesar da faixa etária, Mariana Moraes Costa, de 17 anos, conta que não é uma das pessoas mais próximas da tecnologia, mas por conta da metodologia adotada pelo colégio que estuda agora está mais fácil adequar a realidade do ensino híbrido. “Tive uma certa resistência, mas percebi que as ferramentas tecnológicas acabam facilitando minha vida pessoal e estudantil”, disse a estudante.

Ainda de acordo com Bruno Abdon, a imersão digital no cotidiano da instituição teve alguns desafios. Em entrevista, ele afirma que o processo de aceitação dos educadores foi o maior entrave quando o pioneirismo digital foi iniciado, mas atualmente todos percebem ganhos, sobretudo diante da realidade de aulas remotas. “Sem a tecnologia não teríamos aula há mais de um ano. Os educadores precisam ter contato com aplicativos e ferramentas que sejam criativas para despertarem uma forte interatividade com os estudantes. Esse tem sido um dos principais desafios da educação”, destaca Abdon.

Questionado se a pandemia revolucionou a forma de ensinar no mundo, ele disse: “Não é que revolucionou, mas acelerou um processo inevitável”. “Todas as escolas sempre foram muito presas ao presencial e ao ensino, esquecendo da importância da aprendizagem. Agora, devido a pandemia e a necessidade de adotar as aulas remotas, muitas instituições perceberam que somente o ensino não é suficiente. A pandemia acelerou bastante o processo da inserção do digital para melhoria da aprendizagem dos alunos. Antes da pandemia, esse processo ainda estava tímido. Eu mesmo já tinha realizado aulas remotas em situações de necessidade, como em aulas de reposição. Isso foi há dois anos atrás e eu percebi que dava certo. Algumas instituições, entretanto, só foram se aventurar nesse mundo digital por uma questão de necessidade e hoje a gente percebe que é possível ter muitos ganhos com a imersão da tecnologia na educação. A gente pode mesclar o presencial com o remoto para tirar o melhor dos dois mundos”, afirmou.   

Desde 2016, a estudante Mariana tem contato com as ferramentas google e isso a trouxe muitos aprendizados considerados “extremamente importantes''. “Tudo no mundo atual requer o entendimento de tecnologia e ter aprendido a lidar com esses aparatos desde tão jovem vai me ajudar quando eu precisar adentrar o mercado de trabalho”, explica.

Entre as plataformas adotadas pela escola estão o class craft e kahoot, que utilizam a linguagem dos games para engajar os estudantes no processo de aprendizagem. “Como o Grupo tem foco inovativo, entendemos que a tecnologia nos traz uma facilitação de processos. Dados permitem análises para soluções assertivas e personalização dando foco ao que é importante e percebendo os gaps que precisam de atenção”, conclui o educador.

 


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