Alô MP, Alô Agerba: Olha o Ferry Boat aí!

[Alô MP, Alô Agerba: Olha o Ferry Boat aí!]

FOTO: Farol da Bahia

A fila do ferry boat na Bahia descortina algo que precisa ser urgentemente investigado pelo governo do Estado ou quem sabe, pela Ministério Público mesmo.

Uma usuária indignada - e para tristeza da Agerba, que deveria fazer este papel, uma jornalista investigativa de férias - resolveu trabalhar durante o " engarrafamento 2" daqueles que já ficaram pelo menos 1:30 horas do lado de fora no "engarrafamento 1" e enfim, passaram do pedágio, acreditaram que " o negócio ia andar ". Não andou e os que estavam lá,  foram surpreendidos por uma administração falha e cheia de suspeitas, gerenciada pela empresa Internacional Travessias. Já começa pelo valor pago, que é absurdamente caro por um serviço mal prestado e, com vários filmes feitos no local, a colega mostrou a este colunista que ali existe algo que poderia ser definido como uma "máfia". Falta informação aos que não são usuários constantes do local: uma turista de São Paulo entrevistada no local mostrou a mãe de 90 anos dentro do carro esperando por mais de duas horas em uma das filas "bloqueadas" pelos "fiscais" sem que lhe fosse dado o direito de entrar na fila de prioridade simplesmente porque não há sinalização adequada como foi mostrado nesta matéria. A senhora estava passando mal dentro do carro e não havia como ajudar. Em outros vídeos enviados pela jornalista, ela pergunta a motoristas que estavam em uma fila "desbloqueada" se estes haviam comprado o "bilhete antecipado" e os motoristas afirmaram que não, estavam ali porque foram "selecionados". A própria jornalista estava exatamente atrás de um dos carros da "fila boa" mas ao entrar, foi enviada para uma das filas que ficaram bloqueadas por horas: " Não entendi. Se fosse por "ordem de chegada",  eu deveria estar imediatamente atrás de um carro que embarcou, pelo menos, 1:30 antes de mim" afirma a moça, mostrando os vídeos das conversas com os usuários e das filas. 

Do lado esquerdo, onde deveriam ser as filas de compra antecipada e prioridade, acontece o pior: foram filmados carros entrando sem nenhum dos critérios acima. A jornalista andou toda a fila perguntando a vários usuários - onde nos vídeos se vê não haver motivos para prioridade - porque eles estavam ali e muitos ficaram mudos. Em um dos vídeos é possível ver um cidadão que chega e informa a esposa, que saiu do carro para ir ao banheiro, que "logo ele será o primeiro da baia 3" e avisa que ela vá lá para frente, enquanto as filas bloqueadas pelo fiscal seguem paradas. Ao se ver sendo filmado o dito cujo faz uma ameaça a jornalista e alega supostamente ser " juiz" que sabe seus direitos de uso de imagem e que ele havia comprado ticket antecipado para as 21 horas. O "bunito" só esqueceu de olhar o relógio e descobrir que ainda não eram nem 20 horas - a filmagem mostra o horário - e que se ele era do barco das 21 horas, estava passando na frente daquelas pessoas das filas "bloqueadas" que chegaram antes dele. Inclusive das pessoas idosas e mulheres grávidas que não sabiam como chegar na fila de prioridades.

Os fiscais questionados pela profissional não respondem qual critério é usado para que se mantenham quatro filas bloqueadas com cones por mais de duas horas, enquanto só as pessoas das filas "escolhidas por eles" ou das "prioridades deles " ou dos supostos "tickets comprados com hora marcada" possam fazer a travessia em um tempo que seja considerado digno para o cidadão. 

O que se vê nos vídeos é abuso de autoridade, má gestão da empresa responsável pela concessão - Internacional Travessias - falta de fiscalização da Agerba, falta de informação ao usuário e, pior, se vê o que pode ser considerado uma máfia, cujo motivo para manter motoristas presos ali por horas pode ser, desde obrigar as pessoas a consumirem produtos vendidos no local, economizar custos no uso dos Ferrys usando o mínimo possível de embarcações ou, até mesmo,  pressionar a população - insatisfeita com o péssimo atendimento - a desejar uma solução cara e sem estudos que afirmem com toda certeza ser compensador, como é o caso da tal "Ponte de Itaparica".
No fim da história, o que se viu foi que, diante do mal estar causado pela moça, que se postou na fila filmando todos os "escolhidos" pelo fiscal ( cujo nome esta nos vídeos mas que não vai ser divulgado aqui a pedido da fonte) como num passe de mágica, apareceram Ferrys grandes para fazer as filas paradas andarem e fazer cair a " previsão do fiscal" de 21:40 para as 20 horas. Ainda segundo o fiscal e a própria Internacional Travessias, em nota enviada ao Farol da Bahia, haviam "5 Ferrys trabalhando" o que se comprova nos vídeos não ser real, pois só uma das baias de embarque estava aberta e, ao retornar para Salvador, a jornalista também filmou um Ferry completamente vazio parado afastado do embarque.

Este colunista não vai publicar os vídeos aqui porque respeita o uso de imagem das pessoas, mas todos foram assistidos e se fossem possível descrever sem o uso da mínima elegância jornalística, não haveria um único leitor que não fosse ficar chocado com o abuso e humilhação sofridos por usuários que são CIDADÃOS que pagam por um serviço ruim, que, quando são obrigados a ficarem ate CINCO horas - como foi relatado - dentro de um carro porque os responsáveis designados pelo Governo do Estado, nomeia- se AGERBA não fiscalizam o serviço prestado por quem recebe muito bem para faze-lo.

Este colunista vai pegar o Ferry Boat em breve pra ver como está, ao vivo e a cores.

Não sem antes dar todo apoio a nossa colega para que ela faça uma denúncia ao Ministério Público e cobrar para que, se quem tem que fiscalizar (Agerba) a atuação da empresa responsável (Internacional Travessias) não fiscaliza, que a justiça procure saber o real motivo disto e melhore o serviço da população.


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