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Ao amigo Dylson Dória

Renomado advogado faleceu no último domingo (29)

Por Da Redação
Ao amigo Dylson Dória
Foto: Reprodução

Conheci o Professor Dylson Dória, há muitos anos. Era estudante de direito e auxiliar do cartório da 3ª. Vara da Fazenda Publica de Salvador, da qual minha mãe, Clarice Bastos, era sub-escrivã. 

Sem grande entusiasmo para exercer a função de advogado, fui apresentado, há mais de 50 anos, a distância, a Dylson, como me permitia chamá-lo, que ontem nos deixou. Minha mãe, fez, de longe, uma breve observação, após identifica-lo junto a variados procuradores estaduais e municipais que invariavelmente se encontravam nas tardes forenses , afirmando: “ está vendo aquele advogado moreninho ali? E o melhor advogado que atua nesta Vara.” Curioso, passei a ler o que ele escrevia e passei a acompanhar os seus trabalhos e, não posso negar, me influenciei profundamente. Anos depois, já formado, tornei-me amigo e, ainda mais, admirador, desfrutando, ora juntos, ora em lados opostos, do seu conhecimento e visão estratégica. Dilson, alcançou o mais alto grau entre os seus pares, exercendo com brilho, o cargo de Procurador Geral do Estado, foi advogado de grandes empresas e causas e professor emérito, com livros publicados e reconhecimento dos seus alunos, tinha o hábito de manuscrever as suas peças. Com uma caligrafia miúda, desenhada e legível - talvez inspirada pelo Grande Mestre Orlando Gomes, que desenhava, com arte a sua escrita - domava o tempo e escrevia, em exercício pleno de artesania, invariavelmente sem erros ou rasuras, peças jurídicas de elevada síntese, objetividade e rapidez, fruto de uma concentração que alguns dos seus amigos brincavam dizendo que ele, nessas horas, “parecia incorporar algum espírito jurista”. 

Ontem, dia da sua ida para um nível mais elevado, relembro o seu espírito irônico e perspicaz, pronto para fazer uma consideração que nos fazia sorrir e o hábito, único, de ler todas as publicações de decisões e assuntos judiciários publicados no Diário Oficial “ticando” os textos com uma caneta. Sabia tudo, de tudo e mais alguma coisa, do direito e da vida, sempre com um conselho bom, pronto para entregar com magnanimidade, a quem lhe procurava. Trabalhou na advocacia até o último dia da semana passada, dignificando-a, vencendo a boa luta, com uma bela história de vida. Descanse em paz amigo. 

Francisco Bastos 
Advogado

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