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Avanço da vacinação pode separar curvas de casos e mortes por Covid-19

No Brasil, 18,6% dos brasileiros com mais de 18 anos já completaram o esquema vacinal

Por Da Redação
Avanço da vacinação pode separar curvas de casos e mortes por Covid-19
Foto: Getty Images

O avanço mundial da vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, começa a mostrar resultados e deve muito em breve separar as curvas de casos e mortes. Pesquisas recentes apontam que ainda que haja um incremento de novos casos, a tendência é que isso não se traduza em alta, na mesma proporção, de internações em UTI e mortes. Tal comportamento já é observado em países do Reino Unido e em Israel, por exemplo, que têm mais da metade da população vacinada. 

O professor Expedito José de Albuquerque Luna, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da área de Epidemiologia e Controle de Doenças Transmissíveis do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, destaca o exemplo da Inglaterra, que já atingiu 51% da população com as duas doses. "Eles estão avançados já na vacinação. E foi demonstrado que existem reinfecções, embora sejam pouco frequentes, e também ocorrem casos em pessoas vacinadas. Porém a vacinação tem tido uma efetividade, a capacidade de proteger as pessoas, principalmente para a internação hospitalar, ou seja, para casos graves e óbitos", explica.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram que, até a última sexta-feira (9), 18,6% dos brasileiros com mais de 18 anos haviam completado o esquema vacinal. Outros 51,8% tomaram a primeira dose. Na avaliação de Diego Xavier, doutor em saúde pública e pesquisador do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ao analisar os gráficos de novos casos e mortes, já é possível perceber um deslocamento dessa relação cronológica que existia no Brasil. "Apesar de uma tendência de diminuição de óbitos a partir da segunda quinzena de abril, os casos ainda estão em um patamar muito alto a partir dessa segunda quinzena de abril. Isso nos mostra um descolamento entre a ocorrência de casos e a ocorrência de casos graves e óbitos. Muito provavelmente, já é o efeito da vacinação que está acontecendo", afirma. 

O médico e professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP Eliseu Waldman ressalta que os imunizantes estão funcionando justamente naquilo que era o objetivo primário deles: prevenir casos graves e mortes. Já o pesquisador da Fiocruz, no entanto, faz um alerta: "A média móvel que a gente observa hoje no Brasil, tanto para casos como para óbitos, é muito superior a tudo o que vimos em 2020." Sendo assim, o risco para os brasileiros diante da pandemia, mesmo para os vacinados, persiste até que se perceba uma redução significativa dos novos casos, garante o especialista. 

Variante Delta

A disseminação da variante Delta do coronavírus, a mais transmissível de todas, provoca uma elevação das curvas de contágio em países onde a vacinação evoluiu rapidamente, entretanto as mortes têm se concentrado entre os não vacinados. Na última quinta-feira (8), a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Rochelle Walensky, afirmou que 99,5% das mortes por covid ocorridas no país nos últimos meses foram de indivíduos que não tinham sido vacinados.

Atualmente, o governo norte-americano enfrenta resistência da população de alguns estados em aderir à campanha de vacinação. Estima-se que 93% dos novos casos nos últimos dias ocorreram em condados com taxas de imunização menores de 40%. A diretora do CDC disse que a propagação da variante Delta é particularmente perigosa para os jovens. O governo de São Paulo também considera que há transmissão comunitária dessa variante no estado, uma vez que um residente infectado pela cepa Delta não tinha histórico de viagem ao exterior. Em todo o país, são 16 casos confirmados por análise genética.

Em países com boa cobertura vacinal, é comum que aconteçam mortes por covid entre os vacinados. No Brasil, não será diferente, mas o volume de mortes será "infinitamente menor do que já se viu até agora", afirma Diego Xavier, da Fiocruz. 

"Está se falando muito que estão aparecendo óbitos em vacinados em Israel. A gente espera que daqui a 1 ano todos os óbitos que ocorram sejam vacinados. Lembrando que nenhuma vacina é 100%. Para você ter 100% de chance de que não vai morrer de covid, é só não pegar a doença. Mesmo entre os vacinados, existe uma margem de confiança ali para a vacina. O número de pessoas que têm vindo a óbito em Israel é extremamente menor do que era antes da vacinação", explica.


 

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