Bahia: apenas 21% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram mamografia em 2021
Cobertura de exames no Brasil é abaixo do recomendado pela OMS
A mamografia é um dos procedimentos capazes de identificar precocemente o câncer de mama, mesmo que a mulher não tenha apresentado sintomas. Durante a pandemia o número de realizações do exame caiu. Em 2020, a redução foi de 40% e no ano passado de 18%, em comparação ao ano de 2019, para mulheres entre 50 e 69 anos, segundo dados do Panorama do câncer de mama no SUS, divulgado pelo Instituto Avon. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que 70% da população feminina faça o exame anualmente a partir dos 40 anos.
Na Bahia, no período de 2020 e 2021, a cobertura de mamografia foi de apenas 21%, ainda menor que 2018-2019 quando foi registrado 30%. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (Sesab), os atendimentos da Estratégia de Rastreamento do Câncer de Mama foram suspensos em março de 2020 e retomadas em novembro do mesmo ano. Ainda segundo dados da pasta, neste ano, o estado realizou 207.625 exames.
O estudo mostra ainda que São Paulo é o estado com maior número de mamografias aprovadas com 31% do total do país. Logo depois estão Minas Gerais com 11%, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul, todos com 8%. Entre os estados com menor produção, estão Amapá, Roraima e Acre.
De todos procedimentos realizados, entre 2015 e 2021, 63% foram na faixa etária entre 50 a 69 anos, sendo a faixa etária de 50 a 59 anos de idade mais frequente (39%). A faixa etária de 40 a 49 anos concentra mais procedimentos (28%) que a faixa etária entre 60 a 69 anos (24%).
A mulher negra ocupa apenas 4% dos registros das mamografias realizadas. A mais frequente foi a branca com 37% do total de mamografias, seguida pela parda (20%), amarela (9%). Cerca de 1/3 dos registos (29%) não possuíam a informação de raça/cor preenchida.
A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. No biênio 2018-2019, a cobertura de mamografias no país foi de cerca de 23% da população alvo, enquanto a cobertura de mamografias em 2020-2021 foi de 17%, índice bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Casos
Estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama para este ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer. As maiores taxas de incidência são observadas nas regiões de maior desenvolvimento socioeconômico do país (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte. Em 2020, o câncer de mama causou 18.032 mortes.
O Panorama aponta, baseado em estudos, que o diagnóstico do câncer de mama no país é realizado tardiamente em cerca de 40% dos casos e, em cerca de 36% dos casos, o início do tratamento ocorre após 60 dias do diagnóstico.