A Bahia foi apontada como o Estado com o maior número de homicídios, em Unidades Federais (UF), pelo quarto ano consecutivo, é o que diz o Atlas da Violência 2020 divulgado nesta quinta-feira (27). Nos dados divulgados, em 2018 foram registrados 6.787 homicídios. 

O estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica que o Estado lidera a estatística desde 2015 - quando foram registrados 6.012 homicídios -, e fica a frente apenas de Rio de Janeiro e São Paulo.

Número de homicídios na Bahia entre 2008-2018:

2008 - 4.819
2009 - 5.432
2010 - 5.844
2011 - 5.549
2012 - 6.148
2013 - 5.694
2014 - 6.052
2015 - 6.012
2016 - 7.171
2017 - 7.487
2018 - 6.787

Os dados divulgados nesta quinta apontaram que em 2018, houve a primeira queda dos números do crime desde 2015. A taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes chegou a 45,8. A maior alta da história desde o início da pesquisa foi em 2017, registrando 48,8.

Violência contra a mulher

Em 2018, 4.519 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que representa uma taxa de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Seguindo a tendência de redução da taxa geral de homicídios no país, a taxa de homicídios contra mulheres apresentou uma queda de 9,3% entre 2017 e 2018.

Na Bahia, em 2018 foram 427 homicídios de mulheres - sendo 369 mulheres negras. Uma queda em relação ao ano de 2017, quando foram registrados 487 homicídios - 417 mulheres negras. Na pesquisa, a taxa a cada 100 mil mulheres a Bahia aponta 5,5, enquanto os líderes do crime no país Roraima e Ceará, chegam a 20,5 e 10,2, respectivamente.

Em nível nacional, a pesquisa mostra que em 2018 houve 57.956 homicídios no Brasil. Uma queda de 7.646 mortes em relação a 2017, quando foram registrados 65.602 homicídios no país. Há uma variação de 14,4% entre os anos de 2008 (50.659) e 2018.

Com relação aos dados divulgados nesta quinta, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) se posicionou sobre algumas questões relacionadas as mortes. Confira na íntegra:

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia esclarece que, desde 2018, existe um trabalho integrado para entender as divergências entre os dados da pasta com os dos órgãos de saúde. Reforça que isso não acontece apenas, na Bahia, onde os policiais atuam com profissionalismo nas tipificações dos crimes. Informa ainda que a diferença nos números tem relação com os casos de mortes a esclarecer.

Sobre esse tipo de notificação, a SSP reforça que as polícias Civil e Técnica seguem protocolos para tipificações das mortes. Se a perícia e investigação no local, em conjunto com outros laudos referentes ao corpo não apontarem a causa do óbito, a ocorrência é registrada como morte a esclarecer.