Brasil e outros 11 países manifestam preocupação com Venezuela devido às eleições

Argentina, Colômbia e Equador estão entre as nações que também se manifestaram sobre o processo eleitoral agendado para 28 de julho

[Brasil e outros 11 países manifestam preocupação com Venezuela devido às eleições]

FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A inviabilidade do registro da candidatura de Corina Yoris, uma opositora do regime de Nicolás Maduro, na última segunda-feira (25), manifestou reações de preocupação de doze países, que lançam dúvidas sobre o quão honesto é o processo eleitoral venezuelano.

As mensagens divulgadas nos últimos dias por pelo menos 11 países demonstram que o Brasil não está sozinho quando externa preocupação com as eleições venezuelanas, marcadas para o dia 28 de julho.

Após o fim do prazo para inscrição de candidaturas, a coalizão Plataforma Unitária Democrática, que reúne dez partidos de oposição, afirmou não ter conseguido registrar a candidatura de Corina Yoris. Além de Corina Yoris, María Corina Machado, também havia sido inabilitada pela Suprema Corte venezuelana, alinhada a Maduro.

Durante as impossibilidades das candidatas, a oposição apoiou o nome de Manuel Rosales, que conseguiu se inscrever de última hora no processo eleitoral.

Diante da avaliação de desrespeito ao acordo que prevê eleições livres no país, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou comunicado no qual afirmou que, acompanha situação no país vizinho com “preocupação”. 

Já a vizinha da Venezuela, a Colômbia, disse que medidas tomadas pelo governo Maduro podem afetar a "confiança" da comunidade internacional nas eleições. Além disso, os Estados Unidos disseram ver uma "escalada perturbadora" no país sul-americano.

Depois do comunicado do Brasil, à chancelaria venezuelana emitiu uma nota na qual afirmou que o país de Maduro tem uma das democracias “mais robustas” da região, além de ter “moral" para exigir mais respeito; e texto brasileiro parecia ter sido "ditado” pelo governo dos Estados Unidos.

Até o momento, o Itamaraty não fez comentários sobre a reação venezuelana. Na condição de anonimato, um integrante da cúpula do ministério afirmou que a avaliação foi a de que, se respondesse, alimentaria o atrito diplomático de forma pública.

Confira o que outras nações disseram:

"A Colômbia expressa sua preocupação com os recentes acontecimentos […] particularmente com as dificuldades que enfrentam setores majoritários da oposição […], as quais podem afetar a confiança de alguns setores da comunidade internacional na transparência e competitividade do processo eleitoral”, afirmou a chancelaria de Gustavo Petro da Colômbia.

“O governo do Chile se soma aos chamados formulados por instâncias multilaterais de direitos humanos para que a Venezuela ponha fim ao assédio contra os opositores políticos”, afirmou o governo chileno.

“Essas ações, juntamente com a detenção de numerosos outros membros da oposição e da sociedade civil neste ano, bem como a contínua desqualificação de candidatos, minam a possibilidade de eleições competitivas”, afirmou o departamento estadunidense.


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