Saúde
No país, a cada 278 amostras, uma nova linhagem de mutação foi encontrada
FOTO: Reprodução/G1
O Brasil passou a ser juntamente com a África do Sul, o principal polo de mutações do novo coronavírus no mundo, devido a falta de medidas para controlar a disseminação do SARS-CoV-2.
O estudo consta em um artigo científico publicado na sexta-feira (10) no periódico Viruses. Produzido por seis cientistas brasileiros que analisaram a distribuição das mutações nas cinco regiões brasileiras entre março de 2020 e junho de 2021 e as comparou com o restante do mundo.
"Mutações virais são eventos probabilísticos devido à transmissão aleatória de um vírus entre pessoas infectadas. A carga viral é variável e depende de fatores como o curso de infecção e imunidade do hospedeiro. Alguns indivíduos são 'super espalhadores', o que significa que as variáveis comportamentais e ambientais são relevantes para a infecciosidade, aumentando o sucesso da transmissão", explica o estudo.
No Brasil, a cada 278 amostras, uma nova linhagem de mutação foi achada. Na Europa, por exemplo, esse número foi de uma a cada 1.046 amostras.
No geral, os tipos de SARS-Cov-2 brasileiros foram classificados em nove diferentes clados, que são agrupamentos que incluem um ancestral comum e todos os seus descendentes vivos e extintos.
"A gente foi capaz de descrever uma série de variantes que ficaram, que permaneceram; e outras que foram transitórias nesse período, demonstrando que o Brasil, por não ter adotado medidas mais restritivas de circulação de pessoas, permitiu que a circulação do vírus acontecesse", completa Spilki.
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