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Caso Pix: Polícia Civil investiga 13 pessoas e aponta possível crime de lavagem de dinheiro

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Caso Pix: Polícia Civil investiga 13 pessoas e aponta possível crime de lavagem de dinheiro

Em coletiva, delegado responsável pelo caso apontou a existência de rifeiro no esquema

Por Ane Catarine Lima
Caso Pix: Polícia Civil investiga 13 pessoas e aponta possível crime de lavagem de dinheiro
Foto: Farol da Bahia

O delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), Charles Leão, afirmou nesta quarta-feira (12), em coletiva no auditório da Polícia Civil, no bairro da Piedade, em Salvador, que 27 pessoas, entre elas dois jornalistas, já foram ouvidas no caso que ficou conhecido como Pix da Record Bahia. Até o momento, segundo ele, 13 pessoas são investigadas, sendo que dois são repórteres demitidos da emissora

Na ocasião, no entanto, os nomes dos envolvidos não foram citados.“É uma investigação que precisamos seguir o dinheiro. E, para isso, precisamos da cooperação de outros órgãos como, por exemplo, o Ministério Público e o Poder Judiciário. Se eu falar os nomes dos suspeitos, vou responder por abuso de autoridade e me torno réu”, afirmou Charles. 

De acordo com o delegado, há suspeita do envolvimento de um rifeiro no esquema fraudulento que envolve o desvio de cerca de R$ 800 mil em doações feitas ao programa Balanço Geral, da Record TV Itapoan, para pessoas em situações de vulnerabilidade social. Uma investigação interna na emissora foi instituída após um dos doadores buscar informações sobre a destinação dos recursos.

“Esse caso se tornou público quando um famoso jogador decidiu fazer uma doação. O assessor desse jogador de futebol teve a precaução de verificar a chave Pix que foi disponibilizada pela emissora para o envio da doação e descobriu que o endereço estava no nome de outra pessoa. Essa outra pessoa seria um rifeiro. Ele [o assessor], portanto, reporta essa divergência ao apresentador do programa e isso acendeu um sinal amarelo”, explicou o delegado.   

“A partir desse caso, iniciou-se uma investigação interna na emissora. Descobriram que essa prática era repetitiva. Então, isso confirma que as chaves Pix não eram das vítimas”, completou Leão, afirmando que a emissora está em um lugar de vítima nesse caso. 

“Não tenho nada a reclamar da emissora, pois ela está colaborando com a investigação. A emissora está em um lugar de vítima. Ainda faltam informações como nome das vítimas e endereços, justamente porque a emissora não soube informar. Por isso, eu estou aqui hoje. Preciso que essas pessoas que foram vítimas nos procure”, reforçou.

Os próximos passos da investigação poderão localizar outras pessoas envolvidas no caso. "Algumas chaves Pix utilizadas foram desativadas", esclareceu o delegado, afirmando que o Banco Central foi acionado para que informações possam ser obtidas.

Ainda segundo Leão, indícios apontam que o esquema estava sendo praticado desde novembro do ano passado. A atuação da polícia está se dando, afirmou o delegado, tendo como norte a prática de crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato.

“A gente identifica o crime de estelionato. Mas, além disso, verificamos a existência de associação criminosa. E quando a gente percebe a existência de pessoas [como o rifeiro] cedendo a chave Pix e a transição de dinheiro entre diversas contas bancárias, com comunicação, nos traz o crime de lavagem de dinheiro”, disse.

Andamento da investigação

A DreofCiber iniciou a investigação no dia 14 de março, a partir de informações publicadas em veículos de imprensa. Neste momento, apesar da identificação de outros crimes, o caso é enquadrado como estelionato por meio virtual. 

Segundo a delegacia, a direção da emissora, por meio do departamento jurídico, reportou a existência de 11 casos e a necessidade de esclarecimento sobre os fatos. Além disso, foi solicitado pela emissora a oitiva de dois jornalistas. Até o momento, nenhum dos suspeitos foram ouvidos.

Um deles, segundo a polícia, é proprietário de uma pistola calibre 9 mm e possui registro de Colecionador Atirador e Caçador (CAC). O Exército apura a regularidade da licença e a manutenção do registro diante da investigação.  Ainda de acordo com a delegacia, três aparelhos celulares foram apreendidos e encaminhados para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT). 

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