Casos de sífilis aumentam na Europa e no Brasil

Doença já é mais comuns em alguns países do que os novos casos de HIV.

[Casos de sífilis aumentam na Europa e no Brasil]

FOTO: Divulgação

Os casos de sífilis dispararam na Europa nos últimos anos e se tornaram, pela primeira vez desde o início dos anos 2000, mais comuns em alguns países do que os novos casos de HIV, afirmaram especialistas em saúde nesta sexta-feira.

 O número de casos notificados da doença, que é sexualmente transmissível, aumentou em 70% desde 2010, segundo o relatório do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) com a aumento impulsionada pelo sexo fácil e desprotegido além do comportamento sexual mais arriscado entre os homens gays, disseram os pesquisadores.

"O aumento de infecções por sífilis que vemos em toda a Europa é o resultado de vários fatores, como pessoas fazendo sexo sem preservativo com múltiplos parceiros sexuais, combinados a um temor reduzido de contrair HIV", disse Andrew Amato-Gauci, um dos autores do estudo e especialista do ECDC em infecções sexualmente transmissíveis.

Os dados trazidos pelo relatório europeu surgem depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter dito no mês passado que cerca de um milhão de pessoas contraem alguma infecção sexualmente transmissível por dia no mundo.

No Brasil, houve aumento no número total de casos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis, divulgado em novembro de 2018 pelo Ministério da Saúde, os casos aumentaram em todos os cenários da infecção: no caso da detecção em gestantes, foi de 28,5%; 16,4% na incidência de sífilis congênita; e 31,8% na incidência de sífilis adquirida. O número de mortes decorrentes da sífilis congênita foi de 206 casos em 2017, maior que em relação a 2016, quando foram registrados 195 casos. No Brasil, a população mais afetada pela doença são as mulheres, principalmente as negras e jovens (20-29 anos): apenas este grupo representa 14,4% de todos os casos de sífilis adquirida e em gestantes notificados. Na comparação por sexo, as mulheres de 20 a 29 anos alcançam 26,2% do total de casos notificados, enquanto os homens nessa mesma faixa etária representam apenas 13,6%.

Doença pode causar morte em bebês

Caso não seja tratada adequadamente, a sífilis pode causar complicações graves em homens e mulheres, inclusive casos de natimortos e mortes de recém-nascidos, além de aumentar o risco de infecção por HIV. A sífilis foi uma das principais causas de perda de bebês em todo o mundo em 2016.

Sediada em Estocolmo, o ECDC, que monitora saúde e doença na Europa, disse que, em geral, mais de 260 mil casos de sífilis foram registrados em 30 países entre 2007 e 2017.

Em 2017, as taxas de sífilis atingiram um recorde, com mais de 33 mil casos notificados, segundo o ECDC. Isso significa que, pela primeira vez desde o início dos anos 2000, a região registrou mais casos de sífilis do que os novos casos do vírus HIV, que causa a AIDS.

Mas o problema variou significativamente por país, com taxas mais que duplicando em cinco deles — Grã-Bretanha, Alemanha, Irlanda, Islândia e Malta —, mas caindo 50% ou mais em alguns, como na Estônia e na Romênia.

Com dados da Agencia Reuters.


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