Crise sanitária: queda na cobertura vacinal traz aumento de doenças infecciosas no Brasil

Aumento de hepatite A e paralisia flácida aguda foram registradas

[Crise sanitária: queda na cobertura vacinal traz aumento de doenças infecciosas no Brasil]

FOTO: Reprodução / Agência Brasil

Doenças viriais, ocultadas pela pandemia da Covid-19, voltaram a preocupar, crescendo na esteira da queda da cobertura vacinal, que deveria proteger a população contra essas enfermidades.

Como exemplo, é o caso da hepatite A e da paralisia flácida aguda, causadas por alguns vírus –a poliomielite. Quando se olha o país como um todo, as ocorrências de tais doenças estão diminuindo, mas essa não é a realidade quando são analisadas as notificações por município. No caso da paralisia flácida aguda, 92 cidades tiveram mais registros em 2019 e 2020 do que no biênio de 2017 e 2018. Em relação à hepatite A, foram 312 localidades com alta nas notificações.

Esse cenário é consequência de uma diminuição na base vacinal. No Brasil como um todo, a cobertura vacinal contra a poliomielite caiu de 84,7% do público-alvo, em 2017, para 75,9%, em 2020, queda de 8,9 pontos percentuais. Já no caso da hepatite A, a redução foi de 78,9% para 74,9% no mesmo período.

A cobertura vacinal mede a proporção do público-alvo da campanha de imunização que recebeu a proteção contra a doença durante o ano.

“Desde 2015, há mais ou menos uma curva de cobertura vacinal em franca queda”, informa ao  Metrópoles, o infectologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB) André Bon. 

“A principal razão é a forte crise econômica que o Brasil entrou, dificultando o acesso a unidades de saúde”, avalia Bon. O profissional cita como exemplo o sarampo. “Era uma doença erradicada no Brasil e voltou a ter circulação por conta de baixa cobertura vacinal”, assinala. A reportagem pediu ao Ministério da Saúde informações sobre casos de sarampo, mas não teve resposta até o momento. O espaço segue aberto.

Segundo um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de março deste ano, “em 2018, houve a confirmação dos primeiros casos de sarampo, após o registro dos últimos casos da doença no ano de 2015 e o recebimento da certificação da eliminação do vírus em 2016″.

Em 2018, foram 10,3 mil ocorrências da infeção viral. No ano seguinte, esse número subiu para 20,9 mil. Com a pandemia de Covid-19, a quantidade caiu, em 2020, para 8,4 mil. “Em 2019, após um ano de franca circulação do vírus, o país perdeu a certificação de ‘país livre do vírus do sarampo'”, disse o boletim.


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