Dalai-lama polemiza ao fazer comentários machistas e xenófobos na TV britânica
Quando o tema abordado foi política, Dalai-lama se autoproclamou como "admirador de espírito" da União Europeia
O líder espiritual tibetano, Tenzin Gyatso, o Dalai-lama, deu declarações bastante polêmicas ao canal britânico BBC. Em imagens veiculadas pela emissora nesta quinta-feira (27), o religioso aparece realizando declarações com teor machista e xenófobo.
Uma das declarações do tibetano apresentou contradição. Quando ele foi questionado pelo apresentador Rajini Vaidyanathan se há hipótese de uma mulher assumir o cargo atual como próxima Dalai-lama, ele proferiu as seguintes palavras: "creio que as pessoas prefeririam não olhar para ela, então ela precisa ser muito atraente". Logo após, o apresentador perguntou se ele achava o interior de uma pessoa mais importante que sua aparência, e o líder espiritual afirmou que acha que ambos tem sua importância.
Quando o tema abordado foi política, Dalai-lama se autoproclamou como "admirador de espírito" da União Europeia, e disse que o objetivo da imigração deveria ser o retorno dos imigrantes ao seus países de origem para ajudá-los a se reconstruir.
O religioso afirmou que os países europeus deveriam acolher os refugiados e proporcioná-los educação, para que eles possam voltar para os países de origem, mas se mostrou contrário a permanência do grupo no Velho Continente. Segundo ele "Em número limitado, tudo bem".
A entrevista teve um momento mais crítico quando Dalai-lama afirmou que era impossível a Europa inteira se tornar um país muçulmano ou africano, e em seguida riu. O apresentador o questionou e disse “não tem nada de errado com isso, ou tem? Você mesmo é um refugiado”, relembrando a época que o tibetano chegou na Índia em 1959. Querendo desviar o foco, ele respondeu dizendo que acredita que os refugiados deveriam ficar com a própria terra e deixar a Europa para os europeus.