Denuncia: Sorteio de contas grátis de streaming nas redes sociais pode ser fraude
Sorteados podem acabar contribuindo com esquemas de compra e venda de dados pessoais
Perfis em redes sociais têm usados dados de terceiros para criar contas em serviços de streaming de vídeos que são sorteadas entre quem os ajuda a ganhar seguidores. O que os “ganhadores” muitas vezes não sabem é que essas “assinaturas” acabam suspensas logo após o período de experimentação, já que os fraudadores não pagam por elas.
Além de não receber o serviço desejado (já que as promoções não deixam claro que ele dura somente pelo tempo de degustação) quem usa uma conta aberta com informações de terceiros pode acabar contribuindo com fraudadores que alimentam uma cadeia criminosa de compra e venda de dados pessoais.
Isso porque a maioria desses logins usa dados verdadeiros, mas de pessoas que geralmente não consentiram seu uso. Há muitos casos de assinaturas de experimentação feitas com um número de CPF que não pertence ao titular do cadastro, por exemplo. Além disso, os principais serviços de streaming no Brasil vetam a comercialização ou aluguel de contas por terceiros, e consideram que as licenças de uso desses produtos são intransferíveis.
"É uma fraude muito ligada à pirataria, que já existia antes da internet. Na Europa, havia um monte de gente trocando disquete. É uma extensão. Agora fazem a pirataria por serviço de streaming. Tem várias outras estruturas de pirataria mais complexas. Desde que eu conheço o serviço de internet, você tem um canal ou outro onde as pessoas conseguem isso.", afirma o jornalista especializado em segurança na internet Altieres Rohr.
Rohr lembra ainda que algumas plataformas de streaming até vasculham a internet em busca de dados roubados para alertar os seus clientes e sugerir a mudança de senha. Como parte dos usuários usa a mesma senha para vários sites, a fraude é facilitada quando tais dados já foram vazados. Já as redes sociais, quando detectam esse tipo de conteúdo, tendem a banir os perfis.