Uma ação de fiscalização feita por deputados bolsonaristas na última quinta-feira (4) no hospital de campanha do Anhembi, em São Paulo, teve bate-boca, empurra-empurra com seguranças e uma confusão generalizada. Sob gritos e com celulares na mão para filmar, os parlamentares mostraram imagens com espaços de alas vazias, sem leitos, equipamentos e pacientes.

No vídeo, compartilhado nas redes sociais, os deputados acusam a prefeitura de São Paulo e o governo estadual de suposto desperdício de dinheiro público. Através de nota, a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) respondeu, afirmando que os parlamentares e assessores invadiram o hospital de campanha e agrediram pacientes e funcionários "verbal e moralmente".

A unidade do Anhembi está sob administração da Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), afastada da gestão e construção de hospitais de campanha no Rio de Janeiro por suspeitas de irregularidades.

A Iabas é investigada pela Polícia Federal, e chegou a ser um dos alvos de inquérito que investiga o desvio de dinheiro da saúde, por possíveis fraudes em assinaturas de contratos envolvendo hospitais de campanha.

De acordo com a prefeitura, os deputados filmaram as alas do HMCamp do Anhembi que ainda não foram ativadas, porém, estão prontas para serem colocadas em funcionamento caso seja preciso. Contudo, nas imagens os espaços aparecem vazias e não apresentam nenhuma estrutura para atendimento.

Dentre os parlamentares que participaram da fiscalização, aparecem na gravação, Coronoel Telhada (PP), Leticia Aguiar (PSL) e Sargento Neri (Avante), todos aliados do presidente Jair Bolsonaro.