/

Home

/

Notícias

/

Editorial

/

Desagradável alerta

Notícias
Editorial

Desagradável alerta

Por Editorial
Desagradável alerta
Foto: Reprodução

Os meandros do crime, como bem mostrou a Polícia Federal na investigação do hackeamento de celulares de Sergio Moro e outras autoridades brasileiras, jamais devem ser subestimados ou, pior ainda, relegados. Ontem, o país ficou chocado com mais um massacre em penitenciária, desta vez no Pará, e por trás das 57 mortes e tantos feridos, está à disputa entre facções criminosas pela tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), umas das principais portas de entrada de cocaína ao território nacional.

Os números do confronto entre facções dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira são brutais e escancaram a alto nível de truculência do emaranhado criminoso que está em guerra pela rota da droga. De acordo com apurações policiais e de especialistas, começa por ali e desde o rio Solimões até Manaus. Foram 16 decapitados e 36 presidiários mortos por asfixia, que marcam este episódio no sudoeste do Pará como o maior massacre dento de presídio desde o do Carandiru (111 detentos mortos).

Estima-se que a guerra entre os grupos rivais já matou cerca de 230 pessoas. É um campo de batalha de gente grande, com envolvimento de grupos de fora do Pará, como o carioca Comando Vermelho, que ontem aparentemente foi o principal alvo dos ataques, talvez uma retaliação (em investigação pela polícia) da fação rival Comando Classe A. O que está em jogo é a hegemonia desta rota como alternativa de atuação e lucro, já que outra rota, a que tem entrada pelo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foi há pouco dominado pelo Primeiro Comando da Capital, a paulista PCC.

No entanto, há de se ponderar as péssimas condições de Altamira, com graves problemas de superlotação e baixo número de agentes penitenciários já estavam devidamente ressaltados no último relatório do Conselho Nacional de Justiça.

O massacre no Pará, sem dúvida, expõe a precariedade do sucateado sistema penitenciário brasileiro como um todo, que é apenas parte do complexo esquema praticamente nas mãos de facções criminosas, com atual fora e dentro das unidades. Mas é também um desagradável alerta de que é preciso aos governos serem mais incisivos no que diz respeito à segurança nacional, seja nas fronteiras ou na administração de presídios. O discurso se repete a cada nova tragédia com dezenas de mortos e nada muda – é um sistema à mercê de bandidos.

Notícia anterior
O rastro do crime
Próxima notícia
História sem ponto cego

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário
Eu li e aceito osPolítica de Privacidade.
© 2018 NVGO
redacao@fbcomunicacao.com.br
(71) 3042-8626/9908-5073
Rua Doutor José Peroba, 251, Civil Empresarial, 11º andar, Sala 1.102