O ofício de polícia, na Bahia e em qualquer parte do mundo, é de garantir, acima de tudo, a ordem e a segurança pública. Qualquer desvio destas condutas é irresponsável e passível (ou ao menos deveria ser) de sanções severas. Se houver desordem e a profissão mais causar pânico do que proteger devido a motivações políticas, a penalidade aos infratores, ou ao infrator, urge por uma correção imediata e exemplar, afinal, sugerir a desproteção da sociedade por benefícios próprios é tão criminoso quanto à violência exacerbada nas ruas.
O medo da população baiana experimentado no fim da tarde de ontem pela suposta greve da Polícia Militar do Estado, alçada pelo deputado estadual e presidente da Associação de Praças e Bombeiros Militares da Bahia (Aspra), Marco Prisco, é um destes terríveis casos de propagação do caos por bandeira política – criticada, com razão, pelo comandante-geral da PM, coronel Anselmo Brandão, junto ao governador Rui Costa e do prefeito de Salvador, ACM Neto.
A greve, felizmente, foi apenas uma ilusão de um agitador político, alimentada por um pequeno grupo da corporação. Um tumulto desnecessário, num alarde que mais daria bandeira à bandidagem agir nas ruas, supostamente vazias de policiamento.
Pleitear melhorias à categoria é legítimo, sem dúvida, mas quando planejada e articulada com responsabilidade e sem deixar a população baiana desamparada, escancarada à criminalidade. Foi isso, sim, que Prisco quase provocou.