Discutir a relação

[Discutir a relação]

FOTO: Marcelo Camargo

Legislativo e Executivo discutirão a relação, após as manifestações do último domingo? Ficou claro que – principalmente – o Centrão foi um dos alvos da insatisfação popular quanto ao rumo da política nacional. Negociatas, toma lá da cá e obstruções sistemáticas, outrora modus operandi de um Congresso amarrado em velhas práticas, agora são mecanismos torpes de conhecimento além da Praça dos Três Poderes em Brasília, portanto, pressionados à extinção. A pressão do governo tende, mesmo, a ser mais incisiva esta semana, e que deve acontecer em forma de diálogo.

A segunda-feira (27) pós-manifestação de domingo foi crucial para entender o impacto dos atos ao redor do Brasil em apoio ao governo e medidas apresentadas que visam recuperar alguns setores da nação, além da citada cobrança aos deputados por mais comprometimento com as pautas à mesa. As críticas genéricas e o silêncio de muitos evidenciam a dimensão: um protesto mais retumbante do que a oposição esperava, mesmo que mais moderado em termo de números – e apenas números – do que desejaria o governo.

Mas o saldo dá plena convicção ao presidente Jair Bolsonaro de que, assim como exaltaram as consideráveis concentrações manifestantes Brasil afora no domingo, Rodrigo Maia e mesmo Davi Alcolumbre devem mostrar porque são os líderes da Câmara e Senado, respectivamente. Em jogo está à capacidade destes parlamentares em legislar pela lei, não pelas beiradas, e pacificar suas casas a fim de tocar com celeridade o imprescindível – a reforma da previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça Sergio Moro, por exemplo.

Nesta terça-feira (28), Bolsonaro, Maia e Alcolumbre ficam cara a cara para, certamente, buscar respostas de um maio agitado e de cobranças. Afinal, diferente do que analistas pontuam, o mandatário brasileiro tem, sim, capital político após os eventos do fim de semana: o diálogo, uma moeda de troca constantemente utilizada neste governo e que é mais valiosa do que se inflar de imponência pouca astuta para mandos e desmandos. 


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