A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta terça-feira (17), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o deslocamento da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, que ocorreu em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Dodge pede que apure supostas irregularidades nas investigações. Caso o pedido de deslocamento seja aceito pelo STJ, caberá à Justiça Federal, e não mais ao Judiciário local, o julgamento do caso. 

No mesmo pedido, Raquel Dodge apresentou um novo pedido de abertura de inquérito contra suspeitos que teriam participado de uma "encenação de investigação" para conduzir a apuração a falsos mandantes e esconder a verdadeira autoria dos assassinatos. O pedido foi feito após a procuradora analisar a tentativa de obstrução das investigações.

Segundo Dodge, durante o processo de análise do caso, uma cópia da investigação que estava em andamento na Justiça do Rio foi solicitada, mas o compartilhamento de informações foi rejeitado pelo juiz responsável pelo caso.
Dodge também apresentou denúncia no STJ contra o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão, o delegado da Polícia Federal (PF) Hélio Kristian e mais quatro pessoas. Segundo a procuradoria, todos tentaram atrapalhar as investigações.