O presidente Jair Bolsonaro ontem, na tradicional live às quintas-feiras, deu o maior exemplo de democracia à política brasileira em décadas. Ao acenar à banda do PSL na Câmara que não se envolva em obstruções e discórdias por destaques na Medida Provisória 870, já votados e vencidos esta semana pela oposição, o mandatário brasileiro educa principalmente aqueles parlamentares em início de carreira em Brasília, apontando que nem sempre o governo vencerá, mas nem por isso deixará de buscar vindouros resultados que lhes convém e convém ao país.
“Nós podemos perder as votações, sem problema nenhum. Quem tiver mais voto leva. Agora, nossa bancada não vai atrapalhar votações”. Pode parecer pouca coisa, corriqueiro até, mas nesta desgastante e saturada polarização pela qual passa o Brasil, um tom quase didático do presidente sobre a legalidade e deveres do Estado democrático é, sim, uma lição a quem ingressa no Parlamento federal e deve única e exclusivamente legislar pelo país, sem ideologias.
Bolsonaro está correto. A bancada do PSL e as demais governistas devem deixar a MP 870 seguir em frente, ser votada no Senado Federal na próxima semana, e voltar à atenção para “pautas mais importantes”, como afirmou na live. A postura do presidente é um monumental sinal de respeito, em primeiro ponto, à pauta Brasil, que deve avançar com celeridade no Congresso, e em segundo ponto, e não menos importante, ao jogo político que ele aceitou participar como chefe do Executivo.
O presidente, após uma de suas melhores lives ao vivo às quintas-feiras desde que inaugurou este inédito canal de comunicação entre governo e população, tanto dá moral às manifestações de domingo (26) como se fortalece institucionalmente na viagem ao Nordeste, que começa hoje.
