O ex-juiz e pré-candidato ao governo federal Sergio Moro (Podemos) relembrou, nesta quinta-feira (20), a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante entrevista ao UOL, e afirmou que o petista deveria estar preso até os dias de hoje. Ele chegou a comparar que o político Roberto Jefferson foi preso "por muito menos" que Lula. 

“Eu não decretei a  preventiva dele. Até poderia. Tinha motivos. Porque ele passava o tempo todo atacando o Judiciário e buscando intimidar o Judiciário e impedir que a gente fizesse o nosso trabalho. Por muito menos, o Supremo prendeu o Roberto Jefferson. Enfim, esperei o julgamento da primeira instância. Proferi a sentença. Esperei que o tribunal de Porto Alegre confirmasse a decisão. E foi o tribunal de Porto Alegre que mandou expedir o mandado de prisão. Mas só fez isso porque o ex-presidente tinha tido um habeas corpus denegado pelo STF em março de 2018. E ele foi preso. E ele foi lá cumprir a pena, onde ele deveria estar até hoje: cumprindo essa pena“, afirmou.

Na conversa, ele também disse que a "pior decisão do STF [Supremo Tribunal Federal]" foi rever a prisão do ex-presidente em segunda instância. “A meu ver, da história do STF, por maioria. Eu tentei lutar contra isso. E depois veio a anulação da condenação do ex-presidente, com uma fantasia de que ele foi perseguido, e nunca foi. Nunca tratei isso do ponto de vista pessoal”, pontuou.

Moro ainda mencionou sobre o ministro Gilmar Mendes que, na opinião dele, "erra muito ao se despir do papel de magistrado". 

"Sinceramente, o que eu espero é que ele volte a ter um papel dessa espécie. E ele erra quando, junto com parte do Supremo, profere essas decisões que afetam o combate à corrupção”, completou.