Empresas brasileiras buscam reestreia no mercado de fabricantes de TV

Movimento de indústrias pode provocar "guerra de preços" nos próximos meses

[Empresas brasileiras buscam reestreia no mercado de fabricantes de TV]

FOTO: Reprodução/TecMundo

As empresas brasileiras estão de volta à produção de televisores, depois de um longo período no qual a fabricação no Brasil praticamente ficou nas mãos de companhias asiáticas. Se na década de 1990, havia várias fabricantes nacionais, como Gradiente, Sharp, Cineral, que acabaram deixando a produção. Agora, o movimento de volta das nacionais é capitaneado por Mondial, Britânia e Multilaser. 

Apesar de o porte das brasileiras ser muito menor do que o das gigantes do outro lado do mundo que dominam o mercado, a chegada das novatas deve incomodar as multinacionais. Especialistas veem para os próximos meses uma guerra de preços de TVs, mesmo considerando a alta de custos dos componentes cotados em dólar.

A intenção das novas fabricantes é conquistar uma fatia das vendas de televisores no varejo, que chegam a movimentar cerca de R$ 30 bilhões por ano. O isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 aumentou a importância do entretenimento dentro de casa.

As vendas de aparelhos no varejo no ano passado registraram crescimento ante 2019 e somaram 12,147 milhões de unidades, de acordo com a consultoria GFK. "O consumidor passou a racionalizar a compra: procura hoje uma TV premium, mas com custo benefício maior", explica o diretor de Varejo da GFK, Fernando Baialuna.

Na opinião de José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, o amadurecimento do produto reduziu o custo dos investimentos em tecnologia. E isso facilitou o acesso de empresas nacionais, normalmente menos capitalizadas do que as multinacionais, à produção de televisores.

Cenário

A Mondial, líder em eletroportáteis, comprou a fábrica da Sony em Manaus (AM). Com isso, encurtou o plano de produzir TVs, previsto para três anos. A companhia começa a produzir TVs em outubro, e a perspectiva é que os aparelhos cheguem ao mercado em novembro.

Na avaliação de Giovanni Marins Cardoso, sócio fundador, as companhias nacionais estão vendo mais oportunidades no mercado brasileiro do que problemas e têm mais ímpeto para investir do que as multinacionais. O empresário não revela quanto vai aplicar no novo negócio e diz que as metas de produção estão ainda em definição.

A Britânia é outra que pegou carona nos eletroportáteis para avançar no mercado de televisores. "Fizemos uma pesquisa e descobrimos que já estávamos presente com a marca Britânia em 98% dos lares com eletroportáteis", diz Heloísa Freitas, gerente de marketing.

A empresa, que já produz TVs com a marca Philco, começou a fabricar smart TVs de 32, 42, 50 e 55 polegadas com a marca Britânia em fevereiro, na unidade de Manaus (AM). Desde o mês passado os produtos chegam ao varejo. "Queremos pegar a fatia de empresas que saíram do mercado e aproveitar o aumento do consumo e do entretenimento que veio com a pandemia", afirma Heloísa.


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