A Espanha é o terceiro país a se posicionar oficialmente, na tarde deste sábado (24), contra a sugestão do presidente francês, Emmanuel Macron, de barrar o eminente acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Mais cedo, os governos da Alemanha e Reino Unido já se  colocaram contrários às manifestações do mandatário da França, que também é alvo de críticas de todo o mundo pelo Twitter devido aos ataques ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e intromissão em assuntos externos. 

Em nota, o governo espanhol disse que o isolamento do Mercosul não é a melhor maneira de se enfrentar o problema das queimadas e de mudanças climáticas. "Para a Espanha, o objetivo de luta contra a mudança climática é um objetivo prioritário, mas consideramos que é justamente aplicando as cláusulas ambientais do acordo que mais se pode avançar, e não propondo um bloqueio de sua ratificação que isole os países do Mercosul", destacou o comunicado. 

A tensão acontece às vésperas do início da reunião da cúpula do G7, em Biarritz, na França. Os trabalhos do grupo começam ainda neste sábado e seguem até segunda-feira (26). 

No início deste sábado, ao desembarcar no balneário francês, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johson, deixou claro que as declarações de Macron à situação das queimadas na região amazônica não podem interferir num acordo bilateral entre os blocos econômicos. "Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso", disse.