Especialista diz que nunca ouviu falar de igreja citada por Parte Kelmon, candidato a presidência da República

O candidato a presidência da República peloo PTB, que diz ser representante da Igreja Ortodoxa no Brasil

[Especialista diz que nunca ouviu falar de igreja citada por Parte Kelmon, candidato a presidência da República]

FOTO: Reprodução

Faltando poucos dias para as eleições no Brasil, o candidato a presidência da República Padre Kelmon, do PTB, que diz ser representante da Igreja Ortodoxa no Brasil, intriga alguns especialistas em religião, que se questionam sobre essa instituição que Kelmon diz fazer parte.  

A assessoria do candidato explicou que Kelmon atua na Ilha de Maré, em Salvador, e está vinculado a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru. O historiador e professor de ciências da religião da PUC Minas, Rodrigo Coppe, diz que nunca ouviu falar sobre essa igreja. 

“Nunca ouvi falar sobre essa igreja. As ihrenss ortodoxas, ao contrário da Igreja Católica Apostólica Romana, não tem um papa, embora haja lideranças. São chamadas "acéfalas", pois não há uma unidade em todo o mundo", disse. 

Após as declarações do Padre de que seria um "sacerdote ortodoxo", a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil, afirma que o político não é um membro da igreja. 

"Declaramos que o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais, bem como não é e nunca foi seminarista ou membro do clero de nossa Igreja, em nenhum dos três graus da ordem (diácono, presbítero/padre e bispo), quer no Brasil, quer em qualquer outro país, e também não é e nunca foi membro leigo ou clérigo de nenhuma de nossas Igrejas irmãs (Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria, Igreja Apostólica Armênia, Igreja Sirian Ortodoxa Malankara, Igreja Ortodoxa Etíope ou Igreja Ortodoxa de Eritreia), e que não possuímos qualquer relação ou comprometimento com o mesmo ou com qualquer um de seus feitos, passados ou presentes".

Em 2021, o Farol da Bahia já havia denunciado o falso padre que atuava em uma comunidade quilombona na Ilha de Maré. O representante da Catedral Ortodoxa Antioquia de São Paulo e de todo o Brasil, o diácono Genê, já havia afirmado naquela época que Kelmon não é um representante desta igreja. 

Kelmon também utilizou o nome da Igreja Ortodoxa para pedir um valor de R$10 mil em uma Vakinha Virtual na internet, que segundo ele, seria para ajudar venezuelanos. Kelmon chegou a construir uma capela de bambu dentro da comunidade, para celebrar missas, e na época afirmou ter sido alvo de "intolerância religiosa" pela própria comunidade, que teria destruído a capela, no entrando, nunca foi comprovado que Kelmon de fato é um padre.


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