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Especialista explica a relação da Covid-19 e a trombose

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Saúde

Especialista explica a relação da Covid-19 e a trombose

16 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose

Por Da Redação
Especialista explica a relação da Covid-19 e a trombose
Foto: Reprodução / Assessoria

Nesta quarta-feira (16), se comemora o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose. A data foi escolhida pelo Congresso Nacional desde 2009. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, essa é uma das doenças cardiovasculares com maior número de casos fatais em todo o mundo. Ela acontece quando coágulos são formados dentro das veias, e nos seus casos mais graves, pode se desenvolver como uma embolia pulmonar, ou mesmo um acidente vascular cerebral (AVC). 

As suas principais causas têm ampla variedade e dentre elas estão a utilização de anticoncepcionais e tratamento hormonal, tabagismo, excesso de tempo sentado ou deitado, fatores hereditários, gravidez, varizes, idade, insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade, história prévia de trombose venosa. 

A trombose atrelada à Covid-19 vem se tornando uma complicação recorrente em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

O Farol da Bahia entrevistou Tainã Lemos Andrade, angiologista e especialista em Cirurgia Vascular, para falar sobre a relação da trombose com a Covid-19. 

Farol da Bahia - Qual a relação entre a trombose e a covid-19? 

Com o avanço da pandemia foi evidenciado um número considerável de eventos tromboembólicos em pacientes que necessitaram internar pelo covid-19. Por motivos ainda não muito bem estabelecidos, sabe-se que na população de risco de evolução desfavorável para o coronavírus - como obesos, diabético, portadores de doenças cardiovasculares - a chance desses eventos é ainda maior. A trombose ocorre quando há uma obstrução na circulação do sangue, podendo acontecer tanto nas artérias (que levam o sangue do coração para o resto do corpo) bem como nas veias (que trazem o sangue das pernas e de outros órgãos de volta para o coração).    

FB- Existe alguma medicação que já está sendo utilizado para prevenir ou tratar o problema? 

Para os pacientes internados pelo coronavírus já é bem estabelecido o uso de heparina, um anticoagulante já utilizado há muito tempo para o tratamento e prevenção de tromboses. Além disso, estudos recentes já evidenciam o benefício do uso dos novos anticoagulantes (medicações orais) por um período após a alta, para os pacientes que foram hospitalizados. 

FB- O paciente pode fazer algum procedimento para evitar? 

A melhor maneira de evitar a trombose é manter uma vida ativa, com atividades físicas regulares, pausas no trabalho, principalmente neste período de “home Office” em que não há limites para o tempo parado sentado na frente do computador. Então, é de fundamental importância estabelecer pausas de 15 minutos (que permitem uma movimentação das pernas) a cada 2 horas sentado, além de manter uma hidratação adequada.  

FB- O paciente fica com alguma sequela? 

Após um episódio de trombose venosa ou arterial o paciente pode apresentar sim sequelas. Pode ocorrer uma redução do tamanho do vaso e uma limitação do fluxo de sangue no interior do mesmo. Quando ocorre na circulação venosa, pode acontecer uma tendência de inchaço na perna acometida, mesmo após o tratamento. Na circulação arterial o paciente pode desenvolver desde dor para caminhadas até mesmo feridas nas pernas e eventuais amputações. 

FB - A trombose na Covid-19 pode levar o paciente a óbito? 

A trombose relacionada ao covid19, como as tromboses em geral, pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Então um comprometimento de uma artéria coronária (que irriga o coração) pode levar o infarto e a morte por exemplo, assim como uma trombose nas veias das pernas pode “liberar trombos” e gerar uma embolia pulmonar de grande proporção, podendo ser fatal em alguns casos. Assim dependendo de qual vaso é acometido o paciente possui sim o risco de óbito.  

FB- Já existe algum número de pacientes com covid-19 que tiveram trombose? 

Não existe um número preciso, porém o que se sabe é em torno de 50% dos pacientes que são internados pelo coronavírus apresentam algum evento tromboembólico durante a internação. Destes, 80% apresentam embolia pulmonar, mesmo sem apresentar trombose documentada em membros inferiores. Parece, portanto, haver uma relação direta entre a infecção pelo coronavírus no pulmão e a trombose da microcirculação pulmonar.

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