Estátuas de Michelangelo foram limpas com bactérias que se alimentam de sujeira
Resultados da iniciativa realizada em segredo serão divulgados em junho
Em 1595, descrições de manchas e descoloração começaram a aparecer em relatos sobre um sarcófago na capela que Michelangelo criou para ser o último local de descanso dos membros da família Médici. No entanto, com o passar dos séculos, os mármores produzidos pelo renomado artista estavam com a aparência de sujos. No entanto, as restaurações de alguns dos túmulo exigiram uma atenção especial.
Nos meses anteriores à pandemia da Covid-19 e depois nos dias mais sombrios da segunda onda, quando o vírus se propagou fortemente, restauradores e cientistas em segredo espalharam micróbios com gosto e um enorme apetite por mármores, intencionalmente transformando a capela num bufê bacteriano. “Foi um experimento totalmente secreto”, disse Daniela Manna, uma das restauradoras.
A equipe selecionou cepas de bactérias específicas para atingir diferentes manchas presentes no mármore. Alguns tipos de bactérias podem se desenvolver em ambientes hostis e são adaptados para comer as "sujeiras" que podem causar problemas de saúde em humanos, como no caso de poluentes em componentes relativamente inofensivos, por exemplo.
Os resultados do projeto serão lançados em junho, no entanto, não é a primeira vez em que algo do tipo ocorre na Itália.
Uma bactéria destruidora de enxofre foi usada para remover “crostas pretas” de partes da Catedral de Milão e teve um desempenho muito melhor do que um tratamento químico comparável. Na cidade de Pisa, uma cepa bacteriana ajudou a limpar afrescos danificados em uma cúpula de catedral e em um cemitério perto da torre inclinada.
