A ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal Marília Ferreira Alencar disse à Polícia Federal (PF) que as Polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado e outros órgãos ligados à segurança sabiam do movimento de manifestantes contrários à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes do atentado em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Segundo ela, forças de segurança de diversos órgãos participavam de um grupo de Whatsapp onde eram repassadas, desde o dia 6 de janeiro, informações sobre as movimentações. Marília foi chamada para o cargo de subsecretária de Inteligência por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, que está preso.

"Na noite de sexta-feira (6), por volta de 22h, chegou uma informação no grupo de WhatsApp, denominado 'perímetros segurança', que havia chegado em Brasília cerca de 43 ônibus fretados com o total de 1.622 passageiros para a manifestação que ocorreria no dia 08 de janeiro", disse Marília no depoimento à PF.

Entre os membros do grupo estavam também representantes do Detran, do DER, e Ministério de Relações Exteriores (MRE), conforme o depoimento. Segundo a ex-subsecretária, as manifestações eram de conhecimento da pasta desde o dia 5 de janeiro.