O ex-treinador do Barcelona, Quique Setién, entrará na justiça contra o clube alegando que recebeu uma notificação oficial de demissão apenas nesta quarta-feira (16), um mês depois de ter sido feito o anúncio do desligamento. Segundo o jornal espanhol "As", ele cobrará cerca de R$ 24 milhões.

De acordo com o comunicado do técnico, a diretoria do clube catalão não tem intenção de cumprir os contratos de trabalho dele e da comissão técnica, além de serem surpreendidos com uma "futura realocação" no clube, não informada previamente.

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— Quique Setien (@QSetien) September 17, 2020

Setién chegou ao comando do Barcelona em janeiro de 2020, vindo do Real Bétis. Disputou 25 jogos, com 16 vitórias, 4 empates e 5 derrotas. Viu a equipe terminar a temporada sem nenhum título, caindo nas quartas de final da Copa do Rei, vendo o maior rival, o Real Madrid, conquistando a liga nacional, e levando um sonoro 8 a 2 do Bayern de Munique na semifinal da Champions League. 

Com os resultados ruins e um vestiário em crise, a diretoria do Barcelona anunciou a demissão do técnico no dia 17 de agosto. No dia 19 do mesmo mês, o clube catalão contratou o holandês Ronald Koeman para assumir o comando, com um contrato que vai até junho de 2022, e deu a ele a missão de reformular o elenco.

Confira o comunicado de Quique Setién:

"Quique Setién, Eder Sarabia, Jon Pascua e Fran Soto comunicamos que, pelas últimas informações publicadas, queremos fazer os seguintes esclarecimentos:

Após um mês de silêncio absoluto por parte da administração do FC Barcelona, ??e depois de vários pedidos nossos, ontem que finalmente recebemos as primeiras comunicações oficiais, via burofax. Estas comunicações revelam a clara intenção da diretoria de não cumprir os respetivos contratos de trabalho datados de 14/01/2020.

No meu caso, Quique Setién, é público e sabido que no dia 17 de agosto tanto o Clube quanto o Presidente anunciaram minha demissão com efeito imediato. Porém, só ontem, dia 16 de setembro (um mês depois), é que me enviaram, pela primeira vez, a comunicação escrita da referida demissão (sem qualquer acordo).

Quanto ao resto da comissão técnica, fomos informados, também ontem, para nossa surpresa, de uma “futura relocação” para o Clube.

Por tudo o que foi dito, fomos obrigados a colocar a resolução do conflito nas mãos de nossos advogados, devendo entrar com as ações judiciais correspondentes. E isso, a fim de preservar os nossos direitos e o que foi acordado em sua época com o FC Barcelona."