Exames de detecção de câncer no intestino caíram após pandemia

Número de testes realizados caiu quase um milhão, segundo entidades de endoscopia e proctologia

[Exames de detecção de câncer no intestino caíram após pandemia]

FOTO: Tania Rego/Agencia Brasil

De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a pandemia de Covid-19 fez diminuir em quase 1 milhão o número de exames realizados para detectar câncer de intestino ou câncer colorretal.

Os dados apontam que deixaram de ser feitos 732 mil exames de sangue oculto nas fezes e 263,8 mil de colonoscopia. “Esses exames não sendo feitos significa que esses pacientes não estão sendo diagnosticados”, alertou a médica endoscopista Eduarda Tebet em entrevista à Agência Brasil.

A especialista afirmou que, em 2020, 18.982 pessoas morreram por câncer de cólon e reto. O número representa um aumento de 38% em quase uma década (foram 13 mil óbitos em 2011). Já o número de internações, que vinha crescendo em média 7% ao ano até 2019, caiu a partir de 2020, quando foram 9,4 mil internações a menos para tratar esse câncer.

Em 2021, o número evoluiu para 13,4 mil tratamentos que deixaram de ser efetuados. 

Além disso, a especialista explica que em vários países do mundo já existem programas nacionais de rastreamento do câncer de intestino, que é o terceiro tipo de câncer que mais mata homens e mulheres no mundo.

A doença é mais prevalente em pessoas obesas e em tabagistas, além destes fatores, o álcool também aumenta o risco de câncer, bem como dietas pobres em fibra ou muito ricas em carnes. O sedentarismo é outro fator para o câncer de intestino. 

Pólipos

O câncer de intestino costuma ter início como uma lesão chamada pré-maligna, mas que ainda é benigna. A colonoscopia detecta essas lesões chamadas de pólipos, que devem ser retiradas para impedir que virem um câncer, no futuro.

De 2011 a 2021, foram realizados no Brasil 12,5 milhões desse exame. O número de exames realizados crescia em média 10% ao ano até 2019. Com a pandemia, no entanto, cerca de 500 mil procedimentos deixaram de ser feitos em 2020. Já no ano seguinte, houve déficit de pelo menos 228 mil exames de sangue oculto nas fezes.

Entre 2011 e 2020, foram identificadas 168,7 mil mortes causadas pelo câncer colorretal no Brasil. Os casos de internação chegaram a 771 mil no SUS.


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