Faroeste: Ilona Reis diz que se reuniu com Lindôra Araújo e foi pressionada a delatar Jaques Wagner

De acordo com a desembargadora, o advogado César Oliveira propôs fechar uma delação premiada e entregar um grupo de 15 pessoas

[Faroeste: Ilona Reis diz que se reuniu com Lindôra Araújo e foi pressionada a delatar Jaques Wagner]

FOTO: Divulgação

A desembargadora Ilona Reis, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), revelou em  carta um esquema envolvendo o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a subprocuradora da República, Lindôra Araújo, responsável pelas denúncias e investigação contra venda de sentenças na Operação Faroeste. 

De acordo com a desembargadora, o advogado César Oliveira, conhecido como César Cachaça no estado,  propôs fechar uma delação premiada e entregar um grupo de 15 pessoas, entre eles, desembargadores e autoridades políticas. Escreve a desembargadora: “(César Oliveira) Disse que iria me ajudar como um favor, mas eu teria de pagar de outra forma, isto é, eu deveria delatar pessoas por ele indicadas, pessoas que depois eu percebi serem seus desafetos”.

Segundo a matéria da revista Cruzoé, César Oliveira teria exigido que dentre os delatados por Ilona, deveriam ser incluídos Jaques Wagner e dois grandes empresários baianos, sob pena das negociações emperrarem na PGR. 

Ilona revela ainda que teve um encontro com a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelas investigações da Operação Faroeste, e braço-direito do procurador-geral da República, Augusto Aras. 

Ela relata que foi a Brasília sem advogado e que as conversas se deram sob um clima de tensão. Ilona teria dito que estava ali por orientação de César Oliveira. Os três disseram não conhecê-lo, segundo ela.

Após o primeiro encontro, ela telefonou para César Oliveira para dizer como havia sido a conversa. O advogado, disse ela, teria prometido que na conversa seguinte o tratamento seria diferente. Entretanto, ela afirma que, na segunda conversa, Lindôra manteve a mesma postura. A conversa seria para Ilona fazer uma delação, pois haveria novas fases da operação e novas prisões poderiam ocorrer. Com a pressão, Ilona disse que concordou em fazer uma delação. 

A delação nunca ocorreu. Ilona relata que optou por esperar os desdobramentos da operação e acabou sendo presa em dezembro.
 


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