Focus: Economistas fazem previsão de inflação de 5,82%
Segundo o boletim Focus, projeção para o IPCA está acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central
O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (14), aponta que a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 se distanciou do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Os economistas alteraram a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do País - deste ano de alta de 5,44% para 5,82%.
De acordo com o relatório, o centro da meta de inflação, em 2020, é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto. Pelo sistema vigente no País, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto do sistema de metas.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Os economistas aumentaram a projeção para o índice em 2022 de 3,70% para 3,78% e, para 2023, seguiu em 3,25%. A meta de 2022 é de 3,50% e de 3,25% em 2023, também com a margem de tolerância de 1,5 ponto.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na semana passada, informou que o IPCA de maio chegou a 0,83%, o maior para o mês em 25 anos. Com esse resultado, o índice acumula alta de 8,06% no período de 12 meses.
Conforme os dados, analistas também alteraram suas projeções para a Selic, a taxa básica da economia, no fim de 2021. Segundo o relatório Focus a maioria das previsões para a Selic neste ano foi de 5,75% para 6,25% ao ano. No caso de 2022 e 2023, as projeções permaneceram em 6,50%.