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Gatilho de coágulos raros são descobertos após vacinação pela Astrazeneca

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Gatilho de coágulos raros são descobertos após vacinação pela Astrazeneca

Pesquisadores em Cardiff e nos EUA mostraram como uma proteína no sangue é atraída por um componente-chave da vacina

Por Da Redação
Gatilho de coágulos raros são descobertos após vacinação pela Astrazeneca
Foto: Mario Tama/Getty Images

Um estudo publicado na revista Science Advances, feito por pesquisadores em Cardiff e nos Estados Unidos, mostrou em detalhes como uma proteína no sangue é atraída por um componente-chave da vacina. Acredita-se que isso dá início a uma reação em cadeia, envolvendo o sistema imunológico, que pode culminar em coágulos perigosos.

É sabido que a vacina já salvou cerca de um milhão de vidas durante a pandemia de Covid-19. Mas as preocupações com os raros coágulos sanguíneos deu início a uma caçada científica para descobrir o que estava acontecendo e se isso poderia ser evitado. Os próprios cientistas da AstraZeneca também se juntaram ao projeto de pesquisa depois que os resultados anteriores do trabalho da equipe foram publicados.

Uma porta-voz da AstraZeneca enfatizou que os coágulos são mais prováveis de ocorrer por causa de uma infecção pelo coronavírus, do que por causa da vacina, e que a explicação completa de por que eles ocorrem ainda não foi estabelecida.

"Embora a pesquisa não seja definitiva, ela oferece percepções interessantes e a AstraZeneca está explorando maneiras de aproveitar essas descobertas como parte de nossos esforços para remover esse efeito colateral extremamente raro", acrescentou.

Havia duas pistas iniciais para os pesquisadores que investigam os raros coágulos sanguíneos: a primeira é a de que o maior risco de coágulos foi visto apenas com algumas das tecnologias de vacinas; e a segunda é que pessoas com coágulos  tinham anticorpos incomuns que atacavam uma proteína em seu sangue chamada fator plaquetário 4. 

Várias vacinas tentam entregar ao corpo um fragmento do código genético do vírus da Covid para treinar o sistema imunológico. Algumas empacotam esse código dentro de esferas de gordura, enquanto a AstraZeneca usa um adenovírus (especificamente um vírus do resfriado comum de chimpanzés) como seu mensageiro microscópico.

Os pesquisadores suspeitaram que o adenovírus poderia estar ligado a coágulos raros que ocorrem em algumas pessoas. Então, eles usaram uma técnica chamada microscopia crioeletrônica para obter imagens do adenovírus em detalhes em nível molecular. E com isso, o estudo apontou que a superfície externa do adenovírus atrai a proteína do fator plaquetário 4 como um ímã.

O professor Alan Parker, um dos pesquisadores da Universidade de Cardiff, disse à BBC News: "O adenovírus tem uma superfície extremamente negativa, e o fator plaquetário 4 é extremamente positivo e as duas coisas se encaixam muito bem". Ele acrescentou: "Conseguimos provar a ligação entre as principais armas dos adenovírus e o fator plaquetário 4. O que temos é o gatilho, mas há uma série de etapas que precisam acontecer a seguir."

Os pesquisadores acham que o próximo estágio é a "imunidade perdida", mas isso precisa ser confirmado em pesquisas futuras.

Acredita-se que o corpo começa a atacar o fator plaquetário 4 após confundi-lo com parte do adenovírus estranho ao qual ele está preso. Com isso, os anticorpos são liberados no sangue, que se agregam ao fator plaquetário quatro e desencadeiam a formação de perigosos coágulos sanguíneos. No entanto, isso requer uma série de eventos infelizes, o que poderia explicar por que os coágulos são tão raros.

Esses coágulos, conhecidos como trombocitopenia trombótica imune induzida por vacina, foram associados a 73 mortes em quase 50 milhões de doses de AstraZeneca administradas no Reino Unido.

A Universidade de Oxford não comentou sobre a pesquisa.

A equipe de Cardiff espera que suas descobertas possam ser usadas para melhorar as vacinas baseadas em adenovírus no futuro para reduzir o risco desses eventos raros.

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