Saúde
Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica esclarece dúvidas
FOTO: Reprodução
O irmão da cantora Ivete Sangalo, Jesus Sangalo, morreu na quinta-feira (7) em decorrência de uma infecção generalizada e muito se falou que isso ocorreu por ele ter feito uma cirurgia. Jesus foi submetido a uma cirurgia bariátrica há 17 anos por conta de uma obesidade em grau elevado. O Farol da Bahia conversou com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Marcos Leão Villas Bôas, para esclarecer como ocorre o procedimento, os riscos e os cuidados que o paciente deve ter no pós operatório.
Villas Bôas enfatizou a respeito da gravidade que é ser possuidor de obesidade e os danos que podem causar no ser humano e não necessariamente a cirurgia ser a maior preocupação dos médicos e pacientes. “É preciso pontuar que o risco maior não é a cirurgia bariátrica e sim a obesidade. O excesso de peso e o IMC elevado são questões graves que realmente podem acarretar questões de saúde bastante graves. Necessário dizer que a obesidade impede o ser humano de realizar movimentos básicos como cruzar as pernas e se abaixar”, destacou.
O cirurgião também esclareceu que é muito delicado tratar alguém com doença graves, em especial o obeso em graus elevados que podem ter outros problemas de saúde como diabetes, hipertensão, insuficiência renal. “A cirurgia bariátrica traz mais benefícios do que malefícios, mas tem o seu risco como todos os procedimentos cirúrgicos. A bariátrica fornece uma melhor qualidade de vida e uma perspectiva de viver por muito mais tempo, porém é preciso alertar que quanto mais cedo for feito o processo, melhor. As estatísticas mostram que pra cada 1000 pessoas operadas apenas 1 morrem em decorrência do procedimento”, acrescentou.
Mais especialmente tratando a respeito do empresário Jesus Sangalo, Villas Bôas disse que tratava-se de um quadro muito grave e que o procedimento só o ajudou a ter uma sobrevida. “O paciente em questão passou pela cirurgia quando tinha 37 anos e foi extremamente beneficiado. Ganhou vida já que a obesidade dele era muito perigosa. Uma pessoa com 70 de IMC que faz bariátrica e vive até os 54 anos é um vitorioso”, pontuou.
Dados Científicos
Uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de saúde Suplementar (ANS) aponta que ao longo do ano de 2018 foram realizadas 63.969 cirurgias bariátricas. Dentro desse total, o Sistema Único de Saúde (SUS) atendeu a 11.402 pacientes e 3.046 foram particulares. O planos de saúde cobriram 49.521 municípios.
O total de procedimentos realizados em 2018 é 4,38% maior em relação ao mesmo período do ano anterior. Para efeitos de comparação, o número total de cirurgias realizadas no ano passado representa 0,47% da população obesa elegível à cirurgia bariátrica e metabólica no Brasil, ou seja com Índice de Massa Corporal acima de 35. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Marcos Leão Villas Bôas, o tratamento cirúrgico segue na mesma direção do crescimento da obesidade, tendo em vista este é o maior índice de prevalência da obesidade dos últimos 13 anos, com 67,8% de aumento.
“Neste cenário cresceram também as comorbidades, quando duas ou mas doenças estão etimologicamente relacionadas, associadas à obesidade, como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e dislipidemia, doenças que resultam num elevado risco cardiovascular, aumentando o impacto na qualidade de vida”, destacou Leão.
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