Editorial
Confira o nosso editorial desta quarta-feira (19)
FOTO: Reprodução
“Refundar” três grandes promessas que rementem à origem da União Europeia, foi esse o moto de um discurso um tanto enfadonho do presidente francês, Emmanuel Macron, na manhã desta quarta (19) no Parlamento Europeu.
Mas, afinal, será mesmo que o Velho Continente está assim tão distante dos conceitos de democracia, progresso e paz? Ousado, ou blasfêmico, a depender do ponto de vista, foi apenas sua fala sobre incluir o direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da UE.
O discurso de Macron é enraizado ao fato de a França ter assumido, no dia 1º de janeiro, a presidência europeia. É a famigerada busca por protagonismo, que às vezes vem atrelada – erroneamente – de ufanismo ou demagogia, quando não de heroísmo raso.
Na tentativa de ser apoteótico, citou até mesmo o escritor português Fernando Pessoa:
“O que é ser europeu? É sentir a mesma emoção perante os nossos tesouros, fruto do nosso património e da nossa história", falando entre outras coisas de "vibrar da mesma forma com o espírito romântico das obras de Chopin como dos textos de Pessoa".
Em relação ao reforço da democracia, Macron apelou à – igualmente famigerada – defesa do estado de direito. "Nós somos esta geração que redescobre a precariedade do estado de direito", disse – enfim com razão.
A democracia está longe de estar abalada na Europa, mas, como em qualquer parte do mundo, carece de estruturas sociais e educacionais mais rígidas para mostrar o quão essencial é viver longe da arbitrariedade, espantar o fantasma de regimes autoritários.
Agora, é esperar o que Macron, como presidente do Parlamento Europeu, vai fazer – e oferecer – mais do que palavras para pavimentar ainda mais o tripé da UE.
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