Dados do Monitor do Fogo, divulgados pelo MapBiomas, mostram que mais de 16,3 milhões de hectares foram queimados no Brasil de janeiro a dezembro de 2022. Segundo o levantamento, a área é equivalente ao estado do Acre. Apenas a Amazônia teve 7,9 milhões de hectares atingidos pelo fogo, o que corresponde a 48,8% do total.

A diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar, afirmou que as queimadas na Amazônia são fruto exclusivamente da ação humana. "O clima é determinante para que o fogo se espalhe ou não. Entretanto, se estiver seco e ninguém começar o fogo, não vai ter incêndio", disse a especialista. 

Ainda de acordo com o MapBiomas, o fogo é composto por uma tríade: material combustível em boa qualidade para queimar, clima propício e ignição do incêndio, seja provocado por fatores naturais ou humanos. Com o clima quente e úmido, a região amazônica é um bioma sensível onde o fogo não faz parte da ecologia natural, como no Cerrado. 

Queimadas

O Monitor do Fogo começou o mapeamento mensal do território brasileiro em 2019, período em que mais de 29 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas. Analisando os dados do mapeamento, no ano passado, as queimadas na Amazônia voltaram a crescer em 50%, atingindo áreas equivalentes aos estados do Rio Grande do Norte (5,2 milhões de hectares) e Alagoas (2,7 milhões de hectares). 

Ao longo do ano passado os estados mais afetados pelas queimadas são, justamente, aqueles que pertencem a região amazônica e que sofrem com as intensas atividades de expansão do agronegócio: Mato Grosso (3,6 milhões de hectares), Pará (2,8 milhões de hectares) e Tocantins (2,2 milhões de hectares).