O atual contexto social e comunicacional urge por reformas e carece de ética. Não raramente mídias se articulam por meio de mentiras para tentar cativar um público, na tentativa de criar a própria verdade.
É uma aposta em que todos perdem, independente de qualquer finalidade ou resultado: afasta o já diminuto público do bom jornalismo, além de enfraquecer ainda mais o poder de convencimento e importância dos meios de comunicação em tempos de redes sociais como principal fonte de informação (para grande parcela mundial).
Com a ética jogada de escanteio, algumas mídias nacionais forçam fatos em cima de qualquer indício em investigações primárias de um assunto para, então, transformá-los em verdade. É como uma atualização da fake news: a mentira, neste processo, se constrói durante a reportagem, com o jogo de palavras, na linha condutora da matéria. É como camuflar a germinação do embrião da mentira.
Lança ao leitor uma versão quase hipotética em forma de redação jornalística que confunde e nada informa. Publica-se intencionalmente uma pós-verdade e escancara-se a face tendenciosa que pode assumir o jornalismo, preocupado primeiro em minar um alvo, recrutar militância para as trincheiras e defender suas teses, apoiado num suposto prestígio, longevidade e falso sentido de compromisso com a informação.
É nítido, hoje, um ataque sistemático ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Grandes mídias já traçaram o plano em que o mandatário brasileiro fica constantemente na mira, um alvo a ser combatido mesmo longe da ética jornalística – com mentiras, se necessário.