Notas do Carvalho
FOTO: Divulgação Agencia Brasil
Chamou atenção no meio jurídico o fato de, na última audiência da Operação Faroeste, o ministro João Otávio de Noronha ter "pedido vistas" de um processo que está disponível há um ano.
Os comentários nas rodas jurídicas são bem pesados, visto que é sabido o interesse de grupos que podem estar envolvidos, não na venda, mas na compra das sentenças, estarem articulando de todas as formas possíveis e "inimagináveis" para que os presos pela Faroeste sejam soltos o quanto antes e a pressão sobre eles diminua, evitando assim, que delações “inconvenientes” acabem sendo feitas.
Com a atitude em relação a Operação Faroeste, ao se ouvir o pedido de vistas do ministro, ligaram se holofotes sobre o ele e as especulações que passeiam por Brasília - sempre em velocidade de raio - chegaram ao Palácio do Planalto com interlocutores mostrando ao presidente Jair Bolsonaro que, o fato de Noronha ter usado do mesmo artifício para segurar o processo das “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro, quando Felix Fischer – relator do processo – questionou o ministro pelo pedido de vistas “mesmo antes de ler seu voto”, poderia atrair a atenção da imprensa e de parlamentares empenhados em ser contra o presidente de volta ao "assunto Flávio" e transformar o caso em um foco enorme de desconfianças sobre o uso do judiciário para beneficiar seja lá quem for. Uma fonte jurídica de dentro do Palácio do Planalto disse ao Farol da Bahia que pode prever o que vai acontecer no caso da Faroeste: "Eu aposto que o Noronha vai vir com um voto bem carregado de premissas judiciais para beneficiar os réus e tentar solta-los. Se não conseguir, o voto dele vai ser o tapete mágico que os advogados dos envolvidos usarão para acessar o STF e tentar a soltura por lá. Com isso, todo mundo vai vir bater no caso do Flávio de novo porque ele vai acabar dando o motivo. Essa coisa de "pedir vistas" pegou mal pra caramba. Pode anotar aí se não vai sobrar para o Flávio,".
A luz acendeu no Palácio porque a grande preocupação de Bolsonaro hoje, é manter seu filho longe dos holofotes pelo menos por um tempo e, a decisão de Noronha, talvez tenha feito com que isso não ocorra pelo tempo que o presidente queria, uma vez que nas redações já se checam os processos onde o mesmo artifício foi usado e para beneficiar quem.
Não só a mídia, mas juristas de todo o país estão atentos aos atos de Noronha. E é capaz do Palácio do Planalto não gostar se ele se posicionar como o que sempre está disposto a atuar quando é conveniente e, com isso, acabar atraindo a atenção para o que foi feito no caso de Flávio Bolsonaro.
As apostas são se Noronha vai arriscar colocar a perder sua chance de ir para o STF – sim, ele é um dos nomes - por causa de “assuntos menores” e correr o risco do "amor a primeira vista" de Bolsonaro se transformar em algo não tão romântico assim...
Vamos aguardar.
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Lívia Rebouças de Jesus, de 36 anos, vive no território gaúcho há nove anos com o marido e o filho.
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