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Novembro Azul também é mês de alerta para o diabetes, doença que pode desencadear problemas oftalmológicos

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Novembro Azul também é mês de alerta para o diabetes, doença que pode desencadear problemas oftalmológicos

Aos detalhes...

Por Michel Telles
 Novembro Azul também é mês de alerta para o diabetes, doença que pode desencadear problemas oftalmológicos
Foto: Divulgação

O Novembro Azul marca não somente o alerta para o cuidado com a saúde do homem, mas também a luta contra um vilão, muitas vezes silencioso: o diabetes. Atualmente, cerca de 12 milhões de pessoas têm o problema, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Por isso, mais do que nunca, é fundamental ampliar o apelo para que a população controle essa doença, que pode ser um fator de risco no enfrentamento à COVID-19, como também a causa de um outro problema chamado retinopatia diabética – a maior razão de cegueira na população abaixo dos 60 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“No mês de combate ao diabetes, cabe ratificar que quem tem a doença não corre um risco maior de se contaminar pelo coronavírus, mas tem maior possibilidade de complicações pela infecção. Além disso, quando a doença não está controlada, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no organismo que, entre outros danos, levam à disfunção dos vasos da retina, podendo provocar a retinopatia diabética. A doença oftalmológica, como o próprio nome já diz, atinge a retina, que é a parte dos olhos responsável pela captação de imagens, e seus vasos sanguíneos”, explica Dr. Marcos Vale, oftalmologista do DayHORC, empresa do Grupo Opty.

Por isso, quando o diabetes é detectado, o acompanhamento médico é fundamental, principalmente o oftalmológico. “Este profissional realizará exames para avaliar a evolução da doença nos olhos, a exemplo do fundo de olho. A boa notícia é que, levando o processo a sério, é possível mantê-la sob controle. Já com o diagnóstico tardio, sérias complicações podem acontecer, como a perda significativa da visão e cegueira irreversível”, comenta Dr. Frederico Faiçal, oftalmologista da Oftalmoclin, empresa que também integra o Grupo Opty.

Os médicos ressaltam que, à medida que a doença progride, os sintomas de retinopatia diabética podem incluir pontos ou manchas escuras flutuando na visão, perda de visão central ou periférica, visão noturna embaçada, dor no olho, visão dupla etc. “A concentração elevada de glicose no sangue predispõe a inchaço dos tecidos, má irrigação sanguínea e aumento do risco de infecções. Dessa maneira, algumas das alterações mais comuns encontradas nos olhos, decorrentes do controle inadequado do diabetes são alterações na córnea (úlceras recorrentes e redução de sensibilidade), no nervo óptico, no cristalino (com desenvolvimento de catarata), na íris e até mesmo descolamento de retina em casos mais avançados”.

Estatísticas - De acordo com a publicação As Condições de Saúde Ocular no Brasil (2019), do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a retinopatia diabética é responsável por 1,8 milhão de casos de cegueira em todo o mundo. Depois de 20 anos de doença, estima-se que mais de 75% dos pacientes têm alguma forma de retinopatia diabética. Ainda segunda a publicação, há evidências de estudos conduzidos durante mais de 30 anos de que o tratamento pode reduzir o risco de perda visual em mais de 90% dos casos. Porém, vale reforçar que, embora alguns tipos de retinopatia possam ser tratados, uma vez que a visão tenha sido perdida devido à essa causa, ela não pode ser totalmente recuperada.

Tratamentos possíveis – Quando a retinopatia diabética avança, existem algumas opções de tratamento que podem ser utilizadas, que devem ser avaliadas caso a caso. Entre elas estão:

·A fotocoagulação da retina a laser, método que pode minimizar os prejuízos gerados por áreas doentes da retina ou até mesmo impedir o vazamento de líquido por microaneurismas retinianos ·A injeção de medicação dentro do olho, o chamado tratamento antiangiogênico, pode ser necessária, quando surge o inchaço de retina na região responsável pela visão central, a mácula. Essa medicação possibilita que o líquido que gera essa condição seja reabsorvido. ·A cirurgia chamada de vitrectomia posterior pode ser imprescindível nos casos extremos, com o acometimento retiniano mais grave, quando há o descolamento de retina ou o sangramento vítreo.

Novidades – “Os avanços tecnológicos na Oftalmologia têm ocorrido a passos largos, e sempre surgem novidades nos tratamentos. A bola da vez são os sistemas de inteligência artificial, que, treinados para detectar as diferenças entre olhos saudáveis e não saudáveis, podem atender a essa demanda crescente de casos de retinopatia diabética, analisando as fotografias dos olhos em busca de sinais da doença”, conta Dr. Marcos Vale. “A Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador norte-americano, já aprovou dois desses dispositivos de diagnóstico, que não demoram para também serem autorizados no Brasil”, comenta.

Para os pacientes com retinopatia diabética que fazem uso de injeções de medicação nos olhos para estabilizar ou melhorar sua visão, também há notícias promissoras, de acordo com informações divulgadas pela Academia Americana de Oftalmologia. “Na maioria dos casos, essas aplicações oculares têm se mostrado eficazes para evitar o inchaço e a ruptura dos vasos sanguíneos da retina, que podem resultar de níveis elevados de açúcar no sangue, mas precisam ser injetadas nos olhos com frequência, às vezes mensalmente. Esses dois novos tratamentos em desenvolvimento, que usam terapia genética, seriam alternativas menos invasivas: um deles requer uma única injeção sob a retina”, descreve o Dr. Marcos Vale, sobre os aguardados estudos norte-americanos. Ambos os métodos estão em ensaios clínicos de fase 2, o que significa que pode levar dois ou mais anos para que sejam aprovados e se tornem disponíveis ao público.

Também para facilitar a aplicação da medicação, outro estudo em desenvolvimento comentado pela comunidade científica, já na fase três de testes clínicos, é de um sistema de liberação lenta, um pequeno dispositivo recarregável (do tamanho de um grão de arroz) que armazena os medicamentos. Uma cirurgia é necessária para sua implantação na “parede” do olho. Alguns pacientes podem não precisar repetir o tratamento por até nove meses.

Prevenção e controle – Enquanto novos progressos na medicina estão no horizonte, a prevenção e o controle do diabetes são o melhor tratamento recomendado. Para vencer o diabetes e a retinopatia diabética, é necessária uma abordagem multidisciplinar, com o acompanhamento de um endocrinologista e de um oftalmologista. “Não há milagre. Para controlar as taxas de açúcar no sangue, o segredo está em uma alimentação saudável, prática de atividades físicas, vigiar as taxas de glicose no sangue frequentemente, tomar corretamente os medicamentos prescritos pelos médicos e reduzir fatores de risco, como estresse, sobrepeso e tabagismo”, conclui Dr. Frederico Faiçal.

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