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Número de pessoas deslocadas no mundo chega a 70,8 milhões

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Número de pessoas deslocadas no mundo chega a 70,8 milhões

Quantidade representa aumento de 2,3 milhões na comparação com 2017

Por Da Redação
Número de pessoas deslocadas no mundo chega a 70,8 milhões
Foto: ACNUR/Vincent Tremeau

Divulgado nesta quarta-feira (19) pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o relatório de Tendências Globais mostrou que 70,8 milhões de pessoas sofrem de êxodo forçado no planeta. O número representa um aumento de 2,3 milhões na comparação com 2017 e se aproxima das populações de países como Tailândia e Turquia. 

Este é o maior nível de deslocamento forçado registrado pela ACNUR em suas quase sete décadas de atuação. O contingente também equivale ao dobro dos deslocados forçados registrados 20 anos atrás.

Os 70,8 milhões de deslocados forçados no mundo são uma estimativa conservadora, sobretudo porque o número reflete apenas parcialmente a crise na Venezuela. Cerca de 4 milhões de venezuelanos já saíram de seu país desde 2015, tornando essa uma das mais recentes e maiores crises de deslocamento forçado do planeta. Embora a maioria dessa população necessite de proteção internacional para refugiados, apenas meio milhão tomou a decisão de solicitar refúgio formalmente.

O ACNUR estima ainda que, no ano passado, 13,6 milhões de pessoas tiveram de se deslocar devido a conflitos e perseguições. Isso significa que em 2018, a cada dia, 37 mil pessoas tiveram que abandonar o lugar onde residiam em busca de segurança. Nesse grupo, estão incluídos indivíduos que já estavam em situação de deslocamento forçado e por isso não entram no cálculo do aumento líquido de deslocados forçados — estimado em 2,3 milhões.

 

 

Os três grupos de deslocados

Entre os 70,8 milhões de deslocados forçados, existem três grupos distintos. O primeiro é de refugiados, que são pessoas forçadas a sair de seus países por causa de conflitos, guerras ou perseguições. Em 2018, o número de refugiados chegou a 25,9 milhões de pessoas em todo o mundo, 500 mil a mais do que em 2017. Nesse cálculo, também estão incluídos os 5,5 milhões de refugiados palestinos sob o mandato da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA).

De acordo com a publicação do ACNUR, mais de dois terços de todos os refugiados vêm de apenas cinco países: Síria com 6,7 milhões, seguido pelo Afeganistão com 2,7 milhões, em terceiro está o Sudão do Sul com um total de 2,3 milhões, Mianmar com 1,1 milhão e a Somália com 900 mil.

Dentre os países que mais acolhem os refugiados são a Turquia que acolheu 3,7 milhões, atrás vem o Paquistão com 1,4 milhão, seguido de Uganda com 1,2 milhão, Sudão com 1,1 milhão, e a potencia da União Europeia, Alemanha, com 1,1 milhão.

Segundo a agência das Nações Unidas, aproximadamente quatro em cada cinco refugiados vivem em países vizinhos às suas nações de origem. O ACNUR aponta ainda que metade da população global de refugiados é composta por menores de 18 anos de idade. Das crianças e adolescentes analisados pelo relatório, 138,6 mil estavam desacompanhados ou haviam sido separados dos seus responsáveis. O número se divide em 111 mil meninos e meninas considerados refugiados em 2018 e 27,6 mil que solicitaram asilo individualmente ao longo do ano passado.

O segundo grupo documentado pelo relatório é o de solicitantes de refúgio – pessoas que estão fora de seus países de origem e que estão recebendo proteção internacional enquanto aguardam a decisão sobre os seus pedidos de refúgio. Até o final de 2018, havia 3,5 milhões de solicitantes de refúgio no mundo.

O terceiro e maior grupo é composto por 41,3 milhões de pessoas que foram forçadas a sair de suas casas, mas permaneceram dentro de seus próprios países. Normalmente, são chamados de deslocados internos, ou IDPs, na sigla em inglês.

Em geral, o crescimento do descolamento forçado acontece num ritmo maior que o das soluções encontradas para as pessoas forçadas a migrar. Para os refugiados, a melhor solução continua sendo retornar para sua casa voluntariamente, com segurança e dignidade. Outras soluções incluem a integração nas comunidades de acolhida ou o reassentamento em um terceiro país.

Em 2018, apenas 92,4 mil refugiados foram reassentados — número que representa menos de 7% dos que precisam desta solução. Também no ano passado, em torno de 593,8 mil refugiados puderam retornar para casa, enquanto 62,6 mil se naturalizaram.

 

 

Venezuela

Em meio a relatos de que o Peru tornou mais rígidas as restrições para venezuelanos que tentam entrar no país, Grandi alertou para o risco de que outros países, mais próximos da Venezuela, como o Equador e a Colômbia, sigam o exemplo. Autoridades peruanas estão exigindo que os refugiados e migrantes apresentem passaporte e visto para atravessarem a fronteira. Antes, era possível ingressar no território peruano com documentos básicos, como a carteira de identidade.

O alto-comissário da ONU explicou que os venezuelanos na fronteira são pessoas que estão fugindo e, por isso, têm dificuldade em acessar os documentos de seu país de origem. Grandi ressaltou que era “contraintuitivo” pedir passaportes e vistos para venezuelanos refugiados ou em condição semelhante a de refugiados.

 

 

A Venezuela está em crise desde 2013, e segundo estudos publicados em 2018 por três universidades venezuelanas, quase 90% dos venezuelanos vivem agora na pobreza.

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