A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), filiar da Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu um alerta para os recorrentes casos de dengue no Brasil e em outros países da América Latina. Segundo a OPAS, acontece um novo período epidêmico da doença, após dois anos de baixa incidência.

Dentre uma área de 100 mil habitantes, o Brasil está entre os dez países mais atingidos pela dengue juntamente a Nicarágua, Honduras, Belize, Colômbia, El Salvador, Paraguai, Guatemala, México e Venezuela.

Segundo a atualização da OPAS, nos primeiros sete meses deste ano, mais de dois milhões de pessoas foram diagnosticadas com Dengue no Caribe e na América Latina, sendo que deste montante, foram registradas 723 mortes.

De acordo com Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, o clima é um fator que contribui bastante para a proliferação do mosquito. 

"O clima, a gestão ambiental e a capacidade de adaptação do mosquito são fatores que podem ter aumentado a complexidade da situação", afirmou a OPAS. 

Atingindo os mais jovens

Na pesquisa consta que a nova epidemia da Dengue vem atingindo maioritariamente jovens com menos de 15 anos. Na Guatemala e Honduras, por exemplo, foram registrados 52% e 66%, respectivamente, mortes em crianças e adolescentes menores de 15 anos.

Segundo o diretor, Espinal, a causa pode ser decorrente na faixa etária, por esta ter tido pouco contato com o vírus antes, sendo assim, carente de imunidade. Em junho deste ano, uma menina de seis anos morreu na Bahia por causa de Dengue. 

Em períodos frios, quando a temperatura cai e há ocorrência de muitas chuvas, gera um enorme acumulo de água parada, o que pode acarretar no aumento do número de dengue na Bahia e no país. 

Nessa época surge várias epidemias de resfriados, gripes dentre outras doenças similares, e é muito importante saber diferenciar cada uma delas, para não achar que está sendo diagnosticado com Dengue.

A Dengue, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, de janeiro até julho deste ano já matou mais de 527 pessoas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Na Bahia, mais de 53 mil casos foram confirmados até o fim do mês passado, aumento de 641%.