Coronavírus
Revista revela preocupação com os dados do estudo
FOTO: Reprodução
Estudiosos de doenças infecciosas da Austrália levantaram questões a respeito de um estudo publicado no Lancet o qual levou a Organização Mundial de Saúde a interromper os testes globais do medicamento hidroxicloroquina para tratar a Covid-19. O jornal britânico The Guardian denunciou os dados apurados pela empresa Surgisphere e questionou a cientificidade do estudo.
Os autores afirmam “não terem conseguido confirmar o benefício da hidroxicloroquina ou da cloroquina” nos doentes analisados, apontando um acréscimo de efeitos adversos potencialmente graves, incluindo “um aumento da mortalidade”.
O estudo descobriu que os pacientes do Covid-19 que receberam o remédio contra a malária estavam morrendo a taxas mais altas e sofrendo mais complicações relacionadas ao coração do que outros pacientes com vírus.
As descobertas levaram pesquisadores de todo o mundo a reavaliar seus próprios ensaios clínicos do medicamento para prevenir e tratar a Covid-19. A Organização Mundial da Saúde interrompeu todos os seus ensaios envolvendo hidroxicloroquina devido às preocupações levantadas no estudo sobre sua eficácia e segurança.
O estudo, liderado pelo Brigham and Women's Hospital Center for Advanced Heart Disease em Boston, examinou pacientes em hospitais em todo o mundo, inclusive na Austrália. Segundo os pesquisadores, 600 pacientes australianos com Covid-19 e 73 mortes até 21 de abril.
Contudo, dados da Universidade Johns Hopkins mostram que apenas 67 mortes por Covid-19 foram registradas na Austrália até 21 de abril. O número não subiu para 73 até 23 de abril. O departamento federal de saúde confirmou ao Guardian Australia que os dados coletados nas notificações do Covid-19 no Sistema Nacional de Vigilância de Doenças Notificáveis ??não eram a fonte para informar o julgamento.
Os cientistas reiteraram a necessidade de aguardar os resultados de rigorosos ensaios clínicos randomizados, considerados o padrão ouro da ciência, e o Departamento de Saúde da Austrália alertou que o medicamento não deve ser administrado a outros pacientes que não os ensaios clínicos.
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